O América-MG entrará, junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), com um pedido de reconsideração da suspensão do atacante Miguelito. O jogador do Coelho foi denunciado por Allano, do Operário-PR, por injúria racial e detido em Ponta Grossa, no domingo (4/5), após jogo da Série B do Campeonato Brasileiro. O Ministério Público do Paraná também acatou a denúncia contra o jogador.
Jacy, companheiro de time de Allano, foi testemunha do caso e relatou à Polícia de Ponta Grossa que ouviu o atacante bolivano proferir palavras racistas contra o jogador do time do Paraná. O Metrópoles teve acesso exclusivo a um laudo de leitura labial realizado pelo clube mineiro.
O laudo supostamente apontaria que Jacy negou ter ouvido a ofensa racista contra seu colega de time.
“As capturas que ocorrem em direção a beira do campo, no instante de 43 minutos e 32 segundos após o início da transmissão, nota-se um momento que o jogador Jacy (I-03) está a beira do campo e dialoga com outros atletas e comissão técnica, ao que tudo indica, do América Futebol Clube. Neste instante ele gesticula e pode-se inferir que ele fala: Jacy – eu não ouvi, não”, constata o laudo realizado pelo América-MG.
Leia também
-
Esportes
Miguelito, do América-MG, é solto após acusação de injúria racial
-
Esportes
Jogador do América-MG, Miguelito é preso por injúria racial na Série B
-
Esportes
STJD suspende Miguelito por denúncia de injúria racial



Miguelito foi levado do estádio diretamente para a delegacia
Divulgação/ Polícia Civil do Paraná
Miguelito foi preso nesse domingo (4/5)
Flickr/América
Jogador teria cometido injúria racial contra atleta do Operário
Flickr/ América-MG
Confira o testemunho de Jacy:
Em entrevista ao Metrópoles, Alencar da Silveira Jr., presidente do América-MG, defendeu o atleta do Coelho.
“Eu conheço o Miguelito, eu vejo a seriedade dele, a juventude e, acima de tudo, o comportamento dentro dele do clube”, defendeu Alencar.
“E o pior é que eu vejo que agora é que isso vai enfraquecer o movimento todo do América. Sempre fizemos parte da luta contra o racismo. A luta contra o racismo tem que existir, mas com seriedade. E isso que a gente viu acontecer, depoimentos e falas mentirosas que estão sendo colocadas, tira a credibilidade. O América sempre foi contra o racismo e posições como essa atrapalham e muito esse movimento”, concluiu o dirigente.
Miguelito foi solto na segunda-feira (5/5), e aguardará o desenrolar da investigação em liberdade. O julgamento do caso está previsto para acontecer na próxima semana.