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Aos 25 anos, tenente da PM matou 5 pessoas em 7 meses em 2024

Em seu primeiro ano como oficial da Polícia Militar de São Paulo, o 2º tenente Ian Lopes de Lima, de 25 anos, participou de cinco homicídios em ocorrências na zona sul da capital paulista, tornando-se o maior matador da corporação em 2024. As mortes ocorreram em três casos distintos, em um intervalo de sete meses, entre abril e novembro do ano passado.

Com o desempenho em seu ano de estreia na PM, Ian Lopes ficou à frente de outros 21 policiais militares de diferentes patentes que também mataram mais de uma pessoa no ano passado. O grupo, que corresponde a apenas 0,7% de todo o efetivo da PM na capital — 31 mil agentes —, foi responsável por 21% de todas as mortes por intervenção policial no ano passado na cidade: 52.

As informações foram obtidas pelo Metrópoles a partir da análise dos documentos de todas as 246 mortes cometidas por PMs na cidade de São Paulo em 2024, ano mais letal da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP). Os dados estão reunidos na reportagem especial “A política da bala“, publicada nessa terça-feira (10/10).

10 imagensA PM deu pelo menos 459 disparos para matar 85 pessoas em ocorrências em que nenhum dos suspeitos portava arma de fogo no momento em que foram baleadas. O número de tiros representa uma média de 5,4 por ocorrênciaUm dos casos de maior repercussão foi o da morte do estudante de medicina Marco Aurélio Acosta, que estava desarmado
Os pais do estudante, Júlio César Navarro e Silvia Monica Cardenas, prometem ir às últimas consequências por Justiça
Outro caso de pessoa desarmada Gabriel Renan Soares, baleado pelas costas por um policial de folga quando tentava furtar produtos de limpeza de um mercadinho 
Entre os mortos também está João Victor, que implorou para não morrer durante ação da PMFechar modal.1 de 10

Um levantamento inédito do Metrópoles mostra que 85 pessoas mortas pela PM em 2024 na cidade de São Paulo não portavam arma de fogo. Foram mortas 246 pessoas no ano

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A PM deu pelo menos 459 disparos para matar 85 pessoas em ocorrências em que nenhum dos suspeitos portava arma de fogo no momento em que foram baleadas. O número de tiros representa uma média de 5,4 por ocorrência

Reprodução3 de 10

Um dos casos de maior repercussão foi o da morte do estudante de medicina Marco Aurélio Acosta, que estava desarmado

Arquivo pessoal4 de 10

Os pais do estudante, Júlio César Navarro e Silvia Monica Cardenas, prometem ir às últimas consequências por Justiça

Artur Rodrigues/Metrópoles5 de 10

Outro caso de pessoa desarmada Gabriel Renan Soares, baleado pelas costas por um policial de folga quando tentava furtar produtos de limpeza de um mercadinho

Material cedido ao Metrópoles6 de 10

Entre os mortos também está João Victor, que implorou para não morrer durante ação da PM

Arquivo pessoal7 de 10

O colombiano Michael Stiven Ramirez Montes foi morto com 25 tiros durante um surto, em um apartamento na região da Cracolândia

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O colecionador de armas (CAC) Marcelo Berlinck Mariano Costa atirou de dentro de uma cobertura em Pinheiros (bairro nobre de SP na zona oeste) e acabou preso pela PM sem ser baleado

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O governador Tarcísio de Freitas

Pablo Jacob/Governo de SP/Divulgação10 de 10

O secretário da Segurança, Guilherme Derrite, é conhecido pela exaltação à letalidade policial, o que especialistas afirmam que pode ter pesado nas estatísticas

Reprodução/Instagram

Apesar da pouca experiência, o tenente Ian Lopes, como é conhecido, conquistou rapidamente a confiança de seus superiores e, em abril do ano passado, quatro meses após se tornar oficial, já ocupava o posto de comandante noturno do 37º Batalhão Metropolitano, na região do Capão Redondo, zona sul da capital. A partir das 22h, o efetivo de todas as companhias ficava sob sua responsabilidade.

Foi em abril, na madrugada do dia 12, que ele participou de seu primeiro homicídio. Durante patrulhamento no Jardim Ângela, a vítima, Marcos Aurélio Gomes Ferreira, de 31 anos, teria partido para cima de Ian Lopes com uma barra de ferro, em um aparente surto psicótico. O homem foi baleado nas nádegas, no abdômen e no braço esquerdo. Em depoimento, os PMs disseram que os três disparos foram necessários porque a arma de munição não letal, o taser, havia ficado na viatura.

Assim como Marcos Aurélio, suas outras quatro vítimas não atiraram. Enquanto isso, os policiais envolvidos nas ocorrências efetuaram ao menos 47 disparos. Ian Lopes foi o responsável por sete deles. Quatro de fuzil calibre 7.62 e três de pistola .40.

Cerca de dois meses depois, em junho, o oficial foi deslocado para o 10º Comando de Policiamento de Área da capital, também na zona sul, e passou a atuar na Companhia de Ações Especiais de Polícia. Na nova casa, não demorou para o tenente voltar a matar. Dessa vez, no bairro do Cursino, região do Ipiranga, durante uma perseguição na Rodovia dos Imigrantes.

Na noite de 7 de agosto, Ian Lopes e sua equipe estavam em patrulhamento quando avistaram um Fiat Argo com placa adulterada, que teria sido furtado dias antes. O motorista do carro teria perdido o controle e colidiu em um terreno ao lado da pista. Segundo os PMs, os três ocupantes do veículo desceram armados, o que teria obrigado a equipe a atirar. Após 11 tiros de pistola e 20 de fuzil, todos os suspeitos foram baleados. Eles foram levados ao Hospital Saboya e dois não sobreviveram.

O tenente se envolveu em novos homicídios menos de três meses depois. Em 3 de novembro, Ian Lopes e sua equipe perseguiram uma Toyota Hilux na contramão da Avenida Jornalista Roberto Marinho, quando, em certo momento, segundo a versão dos PMs, o motorista do veículo teria ficado preso no engarrafamento e começado a dar marcha a ré em direção à viatura. Os policiais abriram fogo, efetuando, ao todo, 22 disparos. O tenente foi responsável por quatro tiros de fuzil calibre 7.62.

Entre as vítimas, estava um menor de idade. Rafael Nunes Da Silva, de 16 anos, teve quatro perfurações corporais. Samuel Henrique Bomfim do Nascimento, 18, foi atingido por 10 disparos. Segundo a polícia, eles estavam armados com dois revólveres e um simulacro. Familiares dizem não conseguir imaginar a dupla com armas de fogo.

Apesar do grau de letalidade do tenente Ian Lopes, envolvido em cinco mortes em um intervalo de sete meses, não há indícios de que ele tenha afastado entre as ocorrências. Ainda em novembro, 8 dias após o último homicídio, ele foi o responsável por apresentar no 47º DP uma ocorrência em que colegas mataram um suspeito.

A SSP afirma que o policial “permaneceu afastado de suas funções até dezembro de 2024 e, atualmente, cumpre estágio supervisionado pela instituição”. Segundo a pasta, toda ocorrência policial que termina em morte é investigada em um inquérito policial militar. O afastamento operacional, no entanto, não é automático. Para definir se o PM envolvido deve ser afastado, ele é submetido a uma “avaliação psicológica”.

Na Justiça comum, nenhuma das acusações de homicídio contra o tenente Ian Lopes e seus colegas prosperou até o momento. Seis meses após a última ocorrência com homicídio em que o tenente esteve envolvido, os processos seguem em andamento, sem denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

O que diz a PM

A Polícia Militar afirmou, por meio de nota, que “não tolera desvios de conduta” e que, “como demonstração desse compromisso, desde o início da atual gestão, 463 policiais militares foram presos e 318 demitidos ou expulsos”.

Segundo a corporação, todas as mortes por policiais são investigadas com acompanhamento da Corregedoria e do Ministério Público. Além disso, o comunicado afirma que em todos os casos são instauradas comissões para identificar “não-conformidades”.

“A atual gestão investe em formação contínua do efetivo, capacitações práticas e teóricas, e na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo, como armas de incapacitação neuromuscular, com o objetivo de mitigar a letalidade policial”, dz a nota.

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