Duas semanas depois de ser flagrado cantando junto com Diego Barreto, CEO da iFood, em uma festa na casa do empresário, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou “o preconceito contra a livre iniciativa” no país.
Para uma plateia com centenas de executivos e donos de grandes empresas, Barroso disse que tanto ministros do Supremo quanto empresários são vítimas de uma “visão de negatividade”.
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“Precisamos superar esses preconceito contra a livre iniciativa, que é um preconceito que vem do tempo em que a riqueza privada vinha de licitações fraudulentas, licitações esquisitas, inside information”, disse Barroso neste sábado (7/6) no Fórum Esfera, que reuniu cerca de 400 pessoas em Guarujá, no litoral paulista.
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou o aumento de impostos
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“A boa política começa no orçamento e não na propaganda”, disse Motta.
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Antes da manifestação do presidente da Câmara, João Camargo, presidente do conselho do Grupo Esfera, organizador do evento, disse que “Hugo Motta fará um discurso histórico”.
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Ministro do STF, Luís Roberto Barroso, no Fórum Esfera neste sábado (7/6)
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Secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, no no Fórum Esfera neste sábado (7/6)
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Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, participa do Fórum Esfera, no Guarujá
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Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, participa do Fórum Esfera, no Guarujá
Reprodução/YouTube
Em sua fala, Barroso não falou diretamente sobre o vídeo que viralizou nas redes sociais em que canta “Garota de Ipanema” com a cantora Paula Lima e Diego Barreto, CEO do Ifood. No entanto, mencionou que havia participado recentemente de um jantar com empresários.
Fundos para um programa do CNJ
O presidente do STF disse que o jantar foi marcado por ideia da procuradora-geral de São Paulo, Inês Coimbra, como uma forma de angariar fundos para um programa de bolsas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o qual Barroso também preside, para qualificar pessoas negras a ingressarem no Judiciário.
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O episódio foi interpretado por alguns como uma demonstração de um possível conflito de interesses, já que a regulamentação do vínculo trabalhista de entregadores de delivery com a plataforma é discutida na Suprema Corte. O ministro do STF, no entanto, se defendeu das críticas acerca da relação com “pessoas que têm interesse no Supremo”.
“Se eu não me relacionasse com pessoas que têm interesse com o Supremo, eu me trancava em casa. É uma visão de negatividade não só com os ministros do Supremo, mas com o empresário, porque quando eu converso com índio não tem nenhum problema”, afirmou. “Eu já decidi a favor de indígena e contra empresário e a favor de empresário e contra indígena”, acrescentou Barroso.