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Após incêndios e simulações, Brasil terá n…

Carros elétricos são uma novidade não apenas para os consumidores, mecânicos e fabricantes de automóveis, mas também para as forças de resgate. Lidar com sistemas de alta tensão e com o risco de incêndio em casos de acidente exige treinamentos e equipamentos específicos. Tudo isso foi discutido durante o workshop Eletromobilidade & Segurança nas Edificações, realizado em São Paulo na última sexta-feira (6).

O evento reuniu especialistas em baterias, carregadores e sistemas de combate a incêndio estrangeiros e representantes de Corpos de Bombeiros do Brasil inteiro. Muitos deles passaram a última semana realizando testes de estresse em baterias e compartilhando experiências sobre suas atuações nas primeiras ocorrências de incêndios envolvendo carros elétricos e híbridos no Brasil.

Há pouco mais de um ano, o Corpo de Bombeiros de São Paulo apresentou um parecer técnico para consulta pública que endurecia as regras para instalação de carregadores, independente da potência. Pela proposta, as exigências de sistemas contra incêndio e espaçamento entre os carros poderia inviabilizar a instalação de carregadores dentro de construções.

Após a repercussão, houve um recuo dos bombeiros e a aproximação com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) para buscarem uma solução segura e viável.

Após pouco mais de um ano, uma nova legislação para a instalação de estações de carregamento de veículos eletrificados em estacionamentos será apresentada nas próximas semanas. Será uma normativa nacional, que servirá de ponto de partida para as regras de instalação de carregadores, mas os Bombeiros de cada estado poderão fazer ajustes nas regras para adequação a outras normas locais. 

Regras como o distanciamento de 5 m entre os carros em recarga ou instalação de paredes corta-fogo, ou mesmo distinção sobre áreas abertas ou fechadas, não estarão nestas novas diretrizes. Os principais pontos seriam as instalações elétricas, a exigência de que os carregadores sejam do tipo wallbox e que a instalação siga a NBR para instalações de carregadores de veículos elétricos.

Complexidades dos carros elétricos em incêndios

Laboratório de teste de incêndio em elétricos foi construído pela SindusCon-SP (SindusCon-SP/Reprodução)
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O interesse dos Corpos de Bombeiros está em descobrir os métodos mais seguros de conter incêndios de carros elétricos. Na última semana, inauguraram um laboratório para o teste de incêndio em carros elétricos dentro da da Escola Superior do Corpo de Bombeiros, em Franco da Rocha (SP).

O local tem chuveiros automáticos, detectores de fumaça e dispositivos de extração de gases, além de câmera termográfica que detecta temperatura, fumaça e monóxido de carbono. Ali, já foram realizados testes veículos, elétricos, híbridos e à combustão para a análise do comportamento de cada um. 

Durante o workshop, especialistas estrangeiros também compartilharam suas experiências com incêndios em carros elétricos e sobre as estratégias para controlar os incêndios. Danos em baterias podem levar à fuga térmica, quando as células das baterias liberam calor e geram uma química que produz mais calor e aumenta a reação num processo descontrolado. A duração deste incêndio pode ser proporcional à carga da bateria.

Carros elétricos e híbridos têm sistemas de gerenciamento de temperatura da bateria, que pode usar ventilação forçada, fluido de arrefecimento e até ter um circuito específico de ar-condicionado para mantê-las na temperatura ideal de funcionamento. Também existem barreiras físicas e proteções químicas para evitar que uma pane em uma célula, por exemplo, leve a um incêndio, que pode ser catastrófico.

Outro problema seria um enorme consumo de água para conter estes incêndios, algo que também é mensurado pelos Bombeiros até mesmo para definir o contingente para cada ocorrência. O tempo de resposta do Corpo de Bombeiros também é analisado.

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Incêndio em fábrica de bicicletas elétricas em São Paulo
(CBPMESP/Reprodução)

O major Ronaldo Ribeiro, coordenador da Comissão de Estudos sobre Eletromobilidade e Acumuladores de Energia do CBPMESP, apresentou relatórios de alguns incêndios envolvendo veículos e baterias em São Paulo. Um incêndio em uma fábrica de bicicletas e triciclos elétricos na cidade de São Paulo, em fevereiro, consumiu 100.000 litros de água.

Também em fevereiro deste ano, dois Volvo XC60 híbridos pegaram fogo no interior de São Paulo. Um deles, em Assis, estava com a bateria descarregada e rodava só na gasolina e consumiu 2.000 litros de água. Outro, em Presidente Prudente, pegou fogo enquanto recarregava em uma residência e consumiu 8.000 litros de água ao longo de oito horas.

Casos Arrizo 5 elétrico fogo brasil
(CBPMESP/Reprodução)

Também houve duas ocorrências na cidade de São Paulo com o Caoa Chery Arrizo 5 EV 2019. Um deles teve o incêndio provocado pelo choque de uma barra metálica com a bateria que, mesmo após a extinção do fogo, ainda estava a uma temperatura de 240°C, de acordo com o major.

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O outro caso, também em fevereiro deste ano, aconteceu na véspera do Carnaval deste ano e bloqueou a Marginal Tietê. Além da dificuldade em extinguir o incêndio, que consumiu 17.000 litros de água, não havia o que fazer com o carro:  “Como não tinha seguro, foi muito difícil retirar o carro e encontrar um local seguro para levá-lo”, disse o major Ronaldo Ribeiro.

Mesmo após o controle do incêndio, ainda existe o risco de reignição na bateria, daí vem a necessidade de levar o carro sinistrado para um local aberto onde um novo incêndio não venha a trazer novos riscos. As reignições são comuns.

Meses antes destes casos, em novembro de 2024 os Bombeiros de São Paulo fizeram um teste em Vinhedo (SP) com dois Volkswagen ID.4 fornecidos pela própria fabricante.

Testes ID4
Bombeiros realizaram simulações de incêndios com dois VW ID.4 (CBPMESP/Reprodução)
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O primeiro carro, com sua bateria de 83 kWh com 98% da carga, foi forçado a entra em combustão e após 7 minutos (o tempo médio de resposta dos Bombeiros do Estado) começaram o combate ao fogo. Extinguiram o incêndio com 3.500 litros de água e controlaram as reignições. O objetivo era usar apenas água, por ser um meio de combate a incêndios comum a todas as regiões. 

No segundo dia, porém, combinaram a utilização de água com espuma 3F (específica para combate a incêndios), manta de fibra de vidro e ainda um aerossol aplicado sob a manta. Neste caso, o uso de água foi reduzido a 2.500 litros.

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Os Bombeiros até tentaram provocar o incêndio por perfuração com uma micro-explosão na bateria, mas foi em vão: nos dois caros, o incêndio foi criado por perfuração física. O bom exemplo desses testes também foi terem conseguido controlar o incêndio com o uso de pouca água.

“Tem duas possibilidades: ou aprende antes ou aprende na prática. No teste você pode errar, mas na hora da ocorrência o erro pode custar uma vida”, destacou o major dos Bombeiros. De acordo com ele, já foram testados alguns extintores que estão sendo desenvolvido para baterias de ions de lítio, mas o volume de chamas foi tamanho que não seria seguro cogitar que alguém sem treinamento, sem equipamentos de proteção e máscara seria capaz de se aproximar do veículo para tentar apagar o fogo.

As proteções anteriormente propostas pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, que tanto repercutiram por dificultar a instalação de carros elétricos, como os aspersores de água no teto, exaustores e paredes corta-fogo, servem para evitar que o fogo se alastre para o prédio ou outros carros e para garantir uma atmosfera minimamente respirável dentro de uma garagem. Quem vai conseguir controlar o incêndio será o Corpo de Bombeiros, daí a importância dos treinamentos.

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