A fraqueza do Ibovespa diante de vários fatores que pressionam o mercado acionário brasileiro tem incentivado analistas a recomendarem o investimento em empresas pagadoras de dividendos. Isto porque essas companhias precisam de previsibilidade de receitas, forte geração de caixa, resiliência a apertos monetários e histórico de lucratividade, características ainda mais valorizadas em tempos de incerteza, como o atual.
A Petrobras (PETR4) é a empresa mais recomendada para as carteiras de renda passiva em março, mostra compilado do InfoMoney com as indicações das principais corretoras locais. Sete das nove carteiras recomendadas analisadas têm a ação da estatal.
Vivo (VIVT3) e Banco do Brasil (BBAS3) aparecem logo depois no ranking, com seis recomendações cada. Itaú (ITUB4) voltou à lista com quatro recomendações.
Veja as ações de dividendos mais recomendadas para investir em março e o dividend yield (DY, retorno com dividendos) nos últimos meses até fevereiro:
| Empresa | Nº de recomendações | DY |
| Petrobras (PETR4) | 7 | 19,69% |
| Telefônica Brasil (VIVT3) | 6 | 3,68% |
| Banco do Brasil (BBAS3) | 6 | 7,56% |
| Copel (CPLE6) | 5 | 4,15% |
| Vale (VALE3) | 4 | 7,99% |
| Itaú (ITUB4) | 4 | 8,46% |
Petrobras (PETR4)
O balanço do quarto trimestre de 2024 da petroleira mostrou uma execução de despesas de capital acima do projetado, o que gerou um dividendo trimestral menor do que o esperado. Mesmo assim, o BTG Pactual pondera que “se a produção se mantiver no rumo certo e os investimentos contribuírem para uma evolução mais rápida, a sólida base de ativos da Petrobras, especialmente nos campos do pré-sal, deverá continuar gerando fluxo de caixa robusto, apoiando os payouts de longo prazo”.
Telefônica (VIVT3)
A líder do setor de serviços móveis também se destaca como uma das maiores provedoras de fibra óptica do mercado, tema principal da tese, segundo a Terra Investimentos. A expansão da infraestrutura de fibra aliada à robusta geração de fluxo de caixa livre se traduzem em distribuição de “dividendos atrativos”. A corretora ainda destaca o controle eficiente de custos da companhia.
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Banco do Brasil (BBAS3)
A Planner lembra que o banco aprovou a distribuição de R$ 776,3 milhões em dividendos e R$ 1,95 bilhão em Juros sobre Capital Próprio (JCP) no próximo dia 20. Os valores são referentes ao quarto trimestre de 2024 e serão distribuídos aos acionistas posicionados até a próxima terça-feira (11). A Terra Investimentos também destaca a melhora no controle de custos da companhia, forte presença no agronegócio e “baixos níveis de inadimplência e expansão de crédito mais prudente’.
A empresa mostra “bom progresso em seu processo de reestruturação”, segundo o BTG, que vê a companhia como “uma tese pagadora de dividendos que ainda não é negociada como uma pagadora recorrente de proventos”. O programa de recompra de 18 meses no valor de quase R$ 3 bilhões mostra “confiança da administração na atratividade das ações”.
O banco teve um 2024 “exepcional” e “continua altamente capitalizado, de modo que a tendência também aponta para um payout alto em 2025”, diz o BTG. Os analistas esperam que as ações do Itaú sigam superando o desempenho dos pares privados Bradesco e Santander ao longo de 2025 e enxergam “valuation atraente” para ação.
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A demanda por minério de ferro de alta qualidade deve continuar “decente no curto prazo, beneficiando a empresa devido ao incremento do projeto S11D, que aumentou a oferta da commodity de maior qualidade da companhia”, escreve o Santander. Os analistas do banco esperam um mercado “mais atento aos fundamentos da companhia”, o que fará o múltiplo da Vale se aproximar gradativamente da média de seus pares globais.