Indicado ao Prêmio Platino por sua atuação como Nelson Piquet na série Senna, da Netflix, Hugo Bonemer comentou a repercussão da produção e a forma como a atriz Júlia Fortes, que interpretou Adriane Galisteu, foi tratada pelo público e pela imprensa.
Em entrevista ao Metrópoles, em Madri, às vésperas da premiação, o ator reagiu à polêmica que tomou conta das redes após o lançamento da série, centrada especialmente na vida pessoal de Ayrton Senna e na forma como seus relacionamentos foram retratados. Ao ser perguntado se a equipe se sentia frustrada com o foco nas polêmicas, Bonemer respondeu de forma direta.
“Só posso responder por mim, tá?”, disse. “Eu queria que o nome da Júlia [Fortes, a atriz] fosse dito mais.” Segundo ele, embora a imagem de Júlia tenha sido amplamente usada para comentar sobre Galisteu — “maravilhosa, feliz, riquíssima e […] com uma carreira incrível” — o nome da atriz permaneceu em segundo plano.
“A Júlia tá construindo a carreira dela, então só isso que me pareceu, assim… que o nome da Júlia podia ter sido dito mais vezes, porque ela precisa disso.” Bonemer encerrou o comentário com um apelo: “Um olhar mais carinhoso pra ela, pra atriz. Ela merece. Ela é maravilhosa.”
Apesar de aparecer em apenas uma cena de cerca de um minuto, interpretando Nelson Piquet em um episódio real envolvendo o piloto e Senna, Hugo Bonemer conquistou a indicação a Melhor Ator Coadjuvante no Platino. Já Senna ganhou o Platino de Melhor Criador de Série para Luiz Bolognesi, Patrícia Andrade, Vicente Amorim e Fernando Coimbra.
Senna, o ídolo nacional
Com a proximidade do 1º de maio — data em que se relembra a morte de Ayrton Senna, em 1994 — Bonemer também falou sobre a força simbólica do piloto na cultura nacional.
Ele contou que não chegou a acompanhar as corridas, pois era muito pequeno, mas lembra com clareza da comoção em casa no dia da tragédia. “Eu lembro que eu tava em casa, meu pai chorando na sala com meu irmão. Acho que foi a primeira vez que eu vi meu pai chorar.”
Para o ator, Senna se tornou uma figura mítica. “Virou uma mitologia coletiva da cultura brasileira”, disse. “O Senna faz parte desse universo cultural brasileiro importante que a gente tem que contar sobre, né?”
Antes da série, Hugo já havia interpretado Senna nos palcos. A experiência marcou sua trajetória: “Para mim, pessoalmente, é um anjo da guarda, né? Ele mudou minha vida, mudou minha carreira.”