O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), disse nesta quinta-feira (15) que o Brasil escolheu para sediar o evento uma cidade que representa, ao mesmo tempo, os erros do passado e o futuro do Brasil. A COP30 será realizada de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA).
“O Brasil é um país de grandes dimensões que escolhe fazer a conferência em uma cidade que representa, ao mesmo tempo, o futuro e várias dimensões do passado, inclusive os erros do passado, mas que representa essencialmente um país em desenvolvimento, onde as coisas estão para ser feitas, com uma população que está abraçando com um entusiasmo”, disse.
A declaração foi realizada durante cerimônia para celebrar a entrega de um documento elaborado pelo Sebrae, no qual há a defesa da ampliação do acesso dos pequenos negócios ao financiamento climático a partir das discussões da COP30.
Na ocasião, o embaixador destacou que o Brasil tem grandes desafios a serem solucionados, que não vão ser omitidos durante a realização do evento. Uma das dificuldades enfrentadas pela COP30 é a dificuldade de hospedagem em Belém.
“Na COP30, vai ter uma dimensão em que a gente vai aprender muito. Acho também que a COP30 é uma ocasião para o mundo entender muito melhor o Brasil e as contribuições que o Brasil pode dar pela sua diversidade, sem esconder as coisas que possam eventualmente ser criticadas”, afirmou o embaixador.
Sebrae na COP30
A ideia é que o Sebrae atue na COP30 como um mediador para orientar as micro e pequenas empresas a terem acesso ao financiamento climático.
Entre as medidas que vêm sendo estudadas pela entidade, está apresentar aos empreendedores outras fontes de financiamento além do crédito tradicional, como crédito de carbono e obtenção de financiamentos de fundos e investidores internacionais a partir da prestação de serviços ambientais.
Além disso, o Sebrae também ressaltou a necessidade de ampliar o acesso ao crédito às micro e pequenas empresas para que elas possam investir em práticas sustentáveis.
A entidade já dispõe de um fundo garantidor, o FAMPE (Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas), para conceder crédito orientado aos pequenos negócios, em convergência com o Programa Acredita do governo federal.
De acordo com Décio Lima, o empreendedor pode utilizar recursos do programa para se adaptar à sustentabilidade.
“[Vamos] mostrar ao pequeno — que é criativo, mas que não conhece o mercado — que o sucesso da sua economia é ser sustentável, onde vai pegar esses recursos para se adaptar a este conceito”, afirmou Décio Lima.
O Sebrae já conta com 25 instituições financeiras operadoras do FAMPE. No primeiro trimestre de 2025, o fundo viabilizou R$ 950 milhões em crédito, um crescimento de 40% comparado com o mesmo período do ano anterior.
Ao longo de 2025, a expectativa é alcançar até R$ 12 bilhões em crédito para pequenos negócios viabilizados com garantia do FAMPE, somando 160 mil operações.