O Bitcoin (BTC) voltou a cruzar o patamar simbólico dos US$ 85 mil nesta terça-feira (1º), impulsionado por uma combinação de fatores técnicos, fluxo institucional e especulações sobre o pacote de tarifas comerciais que será anunciado pelo presidente americano Donald Trump nesta quarta-feira (2), após o fechamento dos mercados dos EUA.
A recuperação da criptomoeda, que às 15h50 avançava 1,9% nas últimas 24 horas, a US$ 85.026, ocorre após semanas de intensa volatilidade e tensão que afeta ativos de risco. Segundo análise da gestora 21Shares, o Bitcoin havia perdido brevemente sua média móvel de 200 dias — uma linha crucial de suporte técnico — e agora tenta se consolidar acima dela.
A superação definitiva desse nível, diz a casa em relatório, pode ser o gatilho para uma nova pernada de alta, enquanto uma rejeição pode liberar uma onda de liquidações em massa até a faixa de US$ 70 mil a US$ 72 mil.
O movimento começou ainda na segunda-feira (31), na esteira da confirmação de mais uma compra bilionária de Bitcoin pela Microstrategy, e do anúncio de uma parceria entre a família Trump e a mineradora Hut 8 para criar um novo negócio de mineração de criptomoedas. Nesta terça, a alta se intensificou após a Tether, dona da stablecoin USDT, divulgar a compra de US$ 785 milhões em Bitcoin para compor o caixa.
Do lado dos fundamentos, os dados verificados em blockchain (on-chain) reforçam o cenário de recuperação. Segundo a analista técnica Ana de Mattos, parceira da Ripio, houve uma forte movimentação de acumulação por parte de grandes investidores: mais de 27.700 BTC foram retirados das exchanges em apenas um dia — o maior volume desde agosto de 2024. “Isso mostra convicção de que a alta vai continuar”, afirma Ana. “A consolidação atual parece apenas um respiro antes da próxima pernada.”
Além disso, os ETFs de Bitcoin nos EUA voltaram a registrar entrada líquida de capital após meses de saídas, mostrando uma retomada do apetite institucional. E mesmo altcoins castigadas recentemente também surfam esse novo vento favorável: a XRP, por exemplo, disparou 11% após uma vitória judicial contra a SEC, acumulando mais de 360% de valorização em 4 meses.