O jogador do São Paulo Futebol Clube (SPFC), Damian Josue Bobadilla Benitez, foi indiciado nesta quarta-feira (11/6) após ter sido acusado de xenofobia por um jogador venezuelano no final de maio. Apesar disso, o delegado do caso, Rodrigo Corrêa Baptista, da 6ª Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), acredita que o atleta não deve ser preso, pelo menos nesta fase da investigação.
O delegado afirmou que a Polícia Civil analisa as imagens enviadas pelo São Paulo para terminar o inquérito policial, mas já adiantou que o documento não apresenta justificativa para a prisão do atleta.
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Bobadilla em treino no São Paulo
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Bobadilla, na partida entre São Paulo x Talleres
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Bobadilla foi indiciado nesta quarta-feira (11/6) pela Polícia Civil de São Paulo por xenofobia.
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Bobadilla, volante do São Paulo
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Após a conclusão, o inquérito deve seguir para o Ministério Público de São Paulo (MPSP) que cuidará da parte penal e decidirá a respeito de um eventual pedido de prisão.
Apesar disso, o delegado acredita que a hipótese de prisão de Bobadilla “é bem remota”.
Crime de injúria
- Se acusado e condenado por injúria racial, Bobadilla pode pegar detenção de um a seis meses, ou levar multa, se a vítima, “de forma reprovável, provocou diretamente a injúria”.
- Se a injúria consistir em violência ou vias de fato, a pena de detenção pode variar de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
- Se a ofensa envolver elementos referentes a religião ou à condição de pessoa idosa ou com deficiência, a pena pode chegar a três anos e também inclui multa.
“Morto de fome”
Durante a partida disputada entre o São Paulo Futebol Clube e o Club Atlético Talleres, no dia 27 de maio, pelo 6ª rodada da Copa Libertadores, o volante do clube brasileiro teria chamado o jogador Miguel Angel Navarro Zarate de “venezuelano morto de fome”.
O jogo, disputado no Estádio do Morumbi, na zona sul de São Paulo, foi paralisado após a suposta ofensa xenofóbica. A vítima chorou e ameaçou deixar o gramado. Depois do fim da partida, Miguel Angel foi ao Drade, e posteriormente ao Jecrim, para registrar um boletim de ocorrência.
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Bobadilla deixou o estádio do Morumbi antes da chegada dos policiais no vestiário da equipe tricolor, o que impossibilitou a coleta do depoimento dele. Posteriormente ele foi intimado e falou com as autoridades.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o jogador prestou depoimento nesta quarta-feira e as diligências prosseguem “para o total esclarecimento dos fatos e conclusão do inquérito policial”.