O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se aconselhou com o também ex-presidente Michel Temer (MDB) para o interrogatório do qual participou na Primeira Turma do STF, no âmbito do inquérito do golpe.
Segundo apurou a coluna, Bolsonaro conversou a sós com Temer na sexta-feira (6/6) em São Paulo. O ex-mandatário do PL ficou na cidade até o domingo (8/6) e teve outras reuniões preparatórias para a oitiva.
Temer, de acordo com interlocutores, aconselhou Bolsonaro a agir de forma “serena” e “equilibrada” no interrogatório. Ele também sugeriu que Bolsonaro pedisse desculpas ao ministro Alexandre de Moraes.
O ex-presidente filiado ao PL seguiu os conselhos. Na oitiva, Bolsonaro brincou com Moraes e até pediu desculpas por ter dito que o ministro teria levado US$ 50 milhões durante as eleições de 2022.
“Não tem indícios nenhum, senhor ministro. Tanto é que era uma reunião para não ser gravada. Um desabafo, uma retórica que eu usei. Se fosse outros três ocupando teria falado a mesma coisa. Então, me desculpe, não tinha qualquer intenção de acusar de qualquer desvio de conduta os senhores três”, declarou Bolsonaro na terça-feira (10/6), dia em que foi interrogado.
Bolsonaro já procurou Temer outras vezes
Essa não foi a primeira vez que Bolsonaro se aconselhou com Temer. Em fevereiro de 2024, por exemplo, ele tinha procurou emedebista para alinhar o discurso que fez em um ato na Avenida Paulista.
Em setembro de 2021, após xingar Moraes de “canalha” em ato na Paulista, Bolsonaro também recorreu a Temer para escrever uma carta de pacificação, na qual recuava de ameaças golpistas.