Uma operação de alta complexidade deflagrada nesse sábado (31/5) por tropas do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, com apoio do Bope, do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e das forças de segurança do Ceará, descortinou um dos bastidores mais simbólicos da estrutura do crime organizado na favela da Rocinha, Zona Sul da capital fluminense.
Os policiais localizaram uma academia clandestina montada em um edifício batizado pelo tráfico como “República do Ceará”, utilizado como reduto e centro de treinamento por integrantes do Comando Vermelho (CV).
O local era o principal esconderijo de chefes da organização que, mesmo instalada no Rio, comandava ações violentas e operações de tráfico em estados como o Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.”
Durante a ação, cães farejadores do BAC localizaram 204 quilos de drogas escondidos em um terreno baldio na Rua Dionéia, dentro da comunidade. O material apreendido, que inclui maconha, cocaína e crack, representa um prejuízo estimado em mais de R$ 268 mil para o grupo criminoso. Também foram encontrados quatro fuzis, duas pistolas, um revólver, munições e até um fuzil de airsoft.
Um homem que possuía mandado de prisão em aberto foi capturado. Segundo informações da Polícia Militar, ele integrava o núcleo logístico da facção e estaria envolvido diretamente na articulação entre lideranças da Rocinha e do Nordeste.
A operação foi acompanhada em tempo real pelo governador Cláudio Castro, direto do Quartel-General da PM, no Centro do Rio. “A ação integrada entre as forças de segurança dos estados é fundamental para combatermos o crime organizado. Nossa resposta precisa ser articulada e com inteligência”, afirmou o governador.
O secretário estadual da Polícia Militar, coronel Marcelo Menezes, destacou o impacto estratégico da ação: “Atuamos com precisão para atingir diretamente a liderança e a estrutura de comando dessa facção. A inteligência policial tem sido crucial para fragilizar a atuação desses grupos em território fluminense”.
De acordo com o Ministério Público, a investigação revelou que a facção explorava a Rocinha como zona de retaguarda, usando a geografia do morro e o fluxo intenso de turistas como cobertura para movimentações logísticas.