Ex-funcionários da rede de depilação Laser Fast de uma unidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, reclamaram de descumprimento contratual, falta de pagamento de salários, FGTS e outros benefícios.
Os trabalhadores dispensados acrescentaram que, ao questionar a empregadora, receberam como resposta: “Coloque a empresa em oração e tenha nosso compromisso será acertado o mais rápido possível”. A gerente da unidade ainda teria dito na conversa: “Ir em mídias ou fazer barraco só irá atrasar mais ainda a resolução do problema”.
Em outra mensagem, a gestora reforça: “Levando em mídias locais, o que prejudica ainda mais a empresa, e isso recairá em vocês, pois vai ficar difícil efetuar os pagamentos”.
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Gerente de empresa teria dito para funcionária fazer oração
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Entenda o caso:
- Em março, a coluna Na Mira recebeu uma denúncia de uma cliente de 29 anos que registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal.
- Ela contratou um pacote de depilação na Laser Fast em 2024, no valor de R$ 1,1 mil, e não fez os procedimentos por causa do fechamento de algumas unidades.
- Ao postar um vídeo nas redes sociais, uma enxurrada de seguidores de vários estados comentou que havia passado pela mesma situação.
- Em 7 de abril, o Procon-DF suspendeu as atividades da empresa Laser Fast Depilação a Laser em todo o Distrito Federal. À época, a instituição registrou ao menos 160 reclamações de clientes, com volume maior a partir do fim de 2024.
- O MPDFT acionou a Justiça do DF (TJDFT), que determinou a suspensão das atividades da loja.
- Em 29 de abril deste ano, o TJDFT bloqueou os bens da Laser Fast Depilação Ltda. A empresa soma 37 mil reclamações e deixou de responder 13 mil.
- MP vai notificar filiais da Laser Fast em Orlando, nos EUA, sobre a decisão judicial de suspensão das atividades.
“Calote cabeludo” em Brasília
No Distrito Federal, a situação é parecida com a vivida pelos trabalhadores de São José do Rio Preto. Uma ex-funcionária da Laser Fast, que concedeu entrevista à coluna Na Mira em condição de anonimato, disse que viveu momentos de desespero e sofreu ameaças de clientes de uma unidade no Gama (DF).
A mulher disse que, no último dia de trabalho, ela foi surpreendida por seis clientes que a chamaram de ladra e mentirosa, fazendo uma pressão intensa para serem atendidas.
Ela destacou também que todos os trabalhadores já estavam enfrentando problemas trabalhistas com a Laser Fast, como falta de FGTS, do 13º salário, que não foi pago, falta de comissão, irregularidades no vale-alimentação, além de salários atrasados desde março.
“Não temos respaldo, nem respostas dos responsáveis pela empresa. O dono da Laser Fast, o coach David Pinto, com 962 mil seguidores, não oferece nenhuma resposta ou solução”, afirmou a mulher.
Ouça o relato da trabalhadora:
A coluna Na Mira tenta localizar a defesa da Laser Fast do Gama e de David Pinto. O espaço segue aberto para possíveis posicionamentos.