São Paulo — Câmeras de segurança flagraram Fernanda Reinecke Bonin, de 42 anos, saindo de carro do seu apartamento no Jaguaré, na zona oeste de São Paulo, na noite do domingo (27/4). No dia seguinte, o corpo da professora foi encontrado em um terreno baldio na Vila da Paz, na zona sul da capital, com um cadarço envolto no pescoço, indicando sinais de estrangulamento.
De acordo com o boletim de ocorrência, ao qual o Metrópoles teve acesso, a professora estava indo socorrer a esposa, Fernanda Fazio, que teria entrado em contato com a companheira afirmando que o seu carro havia tido um problema na marcha e parado no meio da rua na esquina da Avenida Jaguaré com a Avenida Torres de Oliveira — localizada a 25 km do local onde Fernanda Bonin foi encontrada morta.
Na imagens, é possível ver a professora entrando no elevador social do seu prédio até o andar da garagem. Com semblante tranquilo, ela mexe no próprio celular e se olha no espelho para checar os dentes. Um segundo vídeo mostra o seu carro, um Hyundai Tucson, saindo da garagem do prédio exatamente às 18h52. O terceiro e último corte flagrou o veículo na rua.
Veja:
De acordo com o depoimento da esposa, após esperar 30 minutos por Fernanda, o carro voltou a funcionar. Nesse momento, ela se dirigiu à casa da professora — o seu destino inicial, antes de o carro ter problemas — e falou com o porteiro do prédio, que não soube informar se ela havia saído do prédio.
No dia seguinte, ao notar que a professora não havia aparecido no trabalho, acionou a Polícia Militar e retornou ao edifício, onde viu as imagens de câmera de segurança da esposa saindo da garagem por volta das 18h52.
De acordo com a polícia, o carro não foi localizado. Por isso, o caso foi registrado como latrocínio no 11º Distrito Policial, em Santo Amaro.
Como corpo foi encontrado
- A Polícia Militar foi acionada por volta das 10h da segunda e encontrou Fernanda Reinecke Bonin já sem vida em um terreno de uma adutora na Avenida João Paulo da Silva, próximo ao Rio Jurubatuba.
- A mulher tinha um cordão semelhante a um cadarço de calçado enrolado no pescoço, com um “sulco” no local, indicando sinais de estrangulamento.
- O celular dela não foi localizado.
- Nas imediações foram localizadas câmeras de monitoramento, que estão descritas no relatório policial.
A Polícia Civil investiga se o caso configura crime de homicídio e não latrocínio (roubo seguido de morte), conforme foi registrado inicialmente.
A Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) analisa imagens de câmeras de monitoramento, realiza a oitiva de familiares e atua na coleta de elementos que auxiliem no desvendamento do caso.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) ressaltou que a natureza da ocorrência, lançada no registro preliminar, pode ser revista e ajustada durante o curso do inquérito, sem prejuízo à investigação.
Quem era professora
Fernanda Reinecke Bonin era professora de matemática e lecionava para adolescentes na Beacon School.
Em nota ao Metrópoles, a escola afirmou que “está extremamente comovida com o falecimento da querida professora Fernanda Bonin”.
“Fernanda marcou profundamente a vida de muitos estudantes e colegas com sua dedicação, gentileza e compromisso com a educação, e deixará muita saudade. É uma notícia que impacta toda nossa comunidade escolar”, diz a nota.
A instituição de ensino ainda afirmou que está oferecendo todo o apoio necessário às equipes e aos alunos, reforçando as ações para acolher a comunidade neste momento. “Nossos pensamentos estão com a família da Fernanda.”
A professora era casada com Fernanda Fazio há oito anos, com quem teve dois filhos, mas elas não moravam mais juntas há aproximadamente um ano. De acordo com Fazio, elas estavam fazendo terapia de casal. Ainda segundo o depoimento da esposa, Fernanda era muito querida por todos.