Ao mesmo tempo em que a Polícia Militar (PM) prestava apoio em uma ocorrência de encontro de 159 kg de cocaína nas imediações da área restrita do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na noite dessa quarta-feira (11/6), os agentes foram acionados para investigar o sobrevoo de seis a oito drones no aeroporto.
Ao menos 35 voos foram afetados e outros seis foram cancelados após os drones interromperem pousos e decolagens no aeroporto nessa quarta-feira. De acordo com a concessionária GRU Airport, as autoridades competentes foram imediatamente acionadas e as operações já estão normalizadas.
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O que aconteceu
- Antes dos drones serem avistados, a PM foi acionada para apoiar uma ocorrência envolvendo a Polícia Federal no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
- Por volta das 20h dessa quarta, um sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) denunciou ocupantes de um veículo estacionado nas proximidades do aeroporto, que teriam arremessado três pacotes para três indivíduos que se encontravam em uma área restrita do terminal.
- Uma equipe de segurança privada do aeroporto foi ao local, mas os suspeitos fugiram.
- Os pacotes foram localizados nas imediações da área restrita, e dentro deles estavam 147 tabletes de cocaína, totalizando 159 kg da droga.
- Simultaneamente, a PM recebeu relatos de seis a oito drones sobrevoando a área interna do aeroporto.
- Viaturas e o helicóptero Águia se dirigiram ao local, mas nenhum suspeito ou equipamento foi localizado, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
O Metrópoles procurou a Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos em busca de mais informações, mas não houve retorno.
Caos no aeroporto
Os reflexos da paralisação da operação no aeroporto de Guarulhos em razão dos drones foram registrados nesta quinta-feira (12/6) no local, que tinha filas de passageiros com voos cancelados e/ou adiados até o início da manhã.
Ao Metrópoles, uma passageira da companhia aérea Latam relatou que estava em um voo vindo do Aeroporto de Uberlândia com destino a Guarulhos, que precisou pousar em Ribeirão Preto, no interior do estado, por volta das 22h30 dessa quarta, após os drones interromperem a operação do aeroporto.
Depois de quatro horas na cidade, Mariana Brandão conseguiu uma reserva em um hotel e a companhia a colocou em um avião de volta para São Paulo por meio do Aeroporto de Congonhas. Um colega que estava com ela, no entanto, não foi realocado e precisou comprar outra passagem aérea em uma companhia diferente. “A Latam foi totalmente desrespeitosa com os passageiros”, alegou.
Internautas registraram os transtornos que sofreram nas redes socias. Um passageiro relatou que iria de Guarulhos para Cuiabá (MT) às 23h50 dessa quarta, mas o voo foi adiado para esta quinta. “Caos no aeroporto de Guarulhos. ‘Meia dúzia’ de drones interrompem pousos e decolagens”, disse no X.
O que dizem as companhias aéreas
O Metrópoles procurou as companhias Latam, Gol e Azul, e apurou que pelo menos 34 voos oferecidos pelas três empresas foram afetados.
A Latam informou que mais de 20 voos da companhia com origem ou destino no aeroporto de Guarulhos foram impactados. A empresa diz estar prestando assistência aos passageiros afetados e lamentou a situação “totalmente alheia à sua responsabilidade”.
A Gol informou que dois voos precisaram ser cancelados e outros 10 foram alternados para aeroportos próximos. “Grande parte dessas aeronaves alternadas seguiu novamente para Guarulhos após reabastecimento e normalização das operações no aeroporto”, disse.
De acordo com a companhia, todos os clientes impactados estão recebendo as facilidades previstas na Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), sobre condições gerais de transporte aéreo. “Todas as medidas adotadas priorizaram a segurança, valor número 1 da Gol”, diz.
A Azul afirmou que dois voos da companhia foram afetados. O AD2774, de Cuiabá (MT) a Guarulhos, precisou alternar para Ribeirão Preto, onde abasteceu e retornou pra São Paulo. Já o voo AD6073, de Belém (PA) a Guarulhos, alternou para o aeroporto de Viracopos, em Campinas, onde ocorreu o desembarque dos clientes.
“A Azul lamenta eventuais inconvenientes e ressalta que medidas como essa são necessárias para conferir a segurança de suas operações, valor primordial para a companhia”, diz a nota.