A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, votou, nesta terça-feira (22), para receber a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), contra o chamado “núcleo 2” do plano para um golpe de Estado.
Cármen Lúcia afirmou que “as acusações são graves, as denúncias são sérias”, e, portanto, votava para receber a denúncia da PGR.
“Tenho a convicção que os advogados que compareceram hoje aqui na tribuna serão tão honestos com seus clientes quanto guardam a fé do seu grau com este tribunal não trazendo dados que não sejam verdadeiros para que a gente possa chegar ao bom senso e mostrar a sociedade brasileira que em um estado democrático há um devido processo legal, só se responderá por aquilo que fizer contra o direito”, declarou a ministra.
“As acusações são graves, as denúncias são sérias. Tudo será apurado no seu devido tempo, na fase instrutória do processo como deve ser. Falou-se tanto aqui de bíblia e momento pascal, neste caso, nesta fase, não há o que perdoar, sabiam o que estava fazendo, portanto, eu também voto no sentido de receber a denúncia”, finalizou.
Fazem parte do chamado “núcleo 2” da denúncia da PGR:
- Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
- Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro;
- Marília Ferreira de Alencar, delegada da Polícia Federal (PF) e ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
- Fernando de Sousa Oliveira, delegado da PF e ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça e ex-secretário-adjunto de Segurança Pública do DF;
- Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência;
- Filipe Garcia Martins, ex-assessor da Presidência da República.
Entre os crimes imputados aos denunciados pela PGR, estão:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Tentativa de golpe de Estado;
- Dano qualificado;
- Deterioração de patrimônio tombado;
- Envolvimento em organização criminosa armada.