São Paulo — A Prefeitura de São Paulo detalhou nesta quinta-feira (20/2) como será a organização do Carnaval de 2025 na cidade. Ao todo, são esperados 16 milhões de pessoas nas ruas ao longo dos três próximos finais de semana, contando o pré e o pós Carnaval.
A principal novidade da organização deste ano é a utilização de câmeras de monitoramento e reconhecimento fácil do programa Smart Sampa. Serão 365 equipamentos espalhados pelos 14 megablocos, além de 20 drones.
De acordo com o secretário municipal de Segurança Urbana, Orlando Morando, haverá um “exército” de agentes monitorando as imagens e prisões podem ocorrer no meio dos blocos.
“O Smart Sampa vai auxiliar para inibir os furtos. Haverá um exército de agentes monitorando. Os criminosos que estiverem nos blocos para se divertir serão presos. Vamos prender dentro do bloco se for necessário”, afirmou o secretário em coletiva de imprensa na Praça das Artes, na região central.
Além das câmeras e drones, um cachorro robô equipado com câmeras também frequentará os blocos de maior público, que contarão com policiais militares e guardas civis metropolitanos à paisana no meio de foliões.
A Prefeitura de São Paulo prevê uma movimentação de R$ 3,4 bilhões no carnaval deste ano, com 50 mil empregos gerados. Ao todo, 15 mil vendedores ambulantes estão credenciados para atuar no evento.
Dos 601 blocos registrados, 100 deles receberam aporte de R$ 25 mil cada da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Os blocos que ocorrerão já neste final de semana receberão o dinheiro entre esta quinta e sexta (21/2), segundo o secretário de Cultura Totó Parente. Já os blocos previstos para o próximo fim de semana, devem receber o recurso entre segunda (24/2) e terça (25/2).
Distribuição de água
Na coletiva de imprensa, o diretor presidente da SPTuris, Gustavo Pires, afirmou que a prefeitura vai distribuir 2,2 milhões de copos de água ao longo dos três finais de semana de Carnaval de rua.
Serão 158 pontos de distribuição de hidratação, que ficarão dispostos no início e no meio do blocos, além de alguns funcionários volantes oferecendo água. Haverá também o apoio de 18 caminhões pipa.
A distribuição de água, no entanto, ocorrerá somente nos 14 megablocos e em blocos do centro da cidade e não no total dos 601 blocos. “Vamos distribuir nos megatrajetos e no blocos do centro, na República e Santa Cecília. A gente não tem condições de distribuir em todos os blocos”, afirmou Pires.
Além disso, cinco estações de metrô terão pontos para hidratação: República, Vila Madalena, Anhangabaú, Barra Funda e Sé.
O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes já havia afirmado que não vai alterar os horários de realização dos blocos por conta do calor. Parlamentares do PSol chegaram a mandar uma representação ao Ministério Público de São Paulo solicitando a ampliação do horário de dispersão até as 22h.
Nunes, no entanto, afirmou que a alteração teria de envolver outros órgãos e interferiria na logística de segurança dos blocos. De acordo com o Guia da Prefeitura, os blocos estão autorizados a começar às 10h e desfilar até 18h, e precisam ser dispersos até 19h.
Chuvas
Durante a apresentação, a prefeitura não detalhou nenhum plano para lidar com possíveis tempestades e alagamentos durante os blocos de rua. Quando questionado, o secretário de Segurança Urbana, Orlando Morando, afirmou que o plano consistia apenas nos alertas que são enviados pelo Defesa Civil.
“Se necessário, serão disparados alertas pela Defesa Civil para altas temperaturas e para fortes chuvas. A orientação vai estar no alerta. O que mais nos preocupa não é a chuva, são os raios. Os blocos não tem histórico de alagamento”, disse Morando.
Depois, o diretor presidente da SPTuris, Gustavo Pires, afirmou que entre os critérios adotados para a definição dos trajetos também está a escolha de locais que não têm histórico de alagamentos, apontados pela secretaria de Subprefeituras.
Ele ainda afirmou que os produtores da organização do carnaval de rua estão orientados a retirar os gradis que envolvem as concentrações nos megablocos em caso de chuva forte, para facilitar a vazão do público.
Desfile no Sambódromo
O desfile das escolas de samba contará com 32 agremiações. De acordo com a Liga das Escolas de São Paulo, são esperadas 70 mil pessoas no sambódromo do Anhembi, na zona norte, em cada dia de desfile. Ao todo, serão mais de 4 mil profissionais envolvidos.
Segundo a prefeitura, o sambódromo está pronto para receber os desfiles, após uma vistoria da SPTuris apontar necessidades de reparos na pista e outras instalações. O órgão informou que a concessionária foi notificada e realizou as obras dentro do cronograma indicado.
Transporte
A Prefeitura de São Paulo informou que mais de 1,3 mil linhas de ônibus vão operar no Carnaval ao longo dos fins de semana do pré-Carnaval, Carnaval e pós-Carnaval. Durante a madrugada, serão 150 linhas de ônibus em funcionamento. Para os desfiles no Anhembi, uma operação especial colocará 1,9 mil ônibus para fazer trajetos até o local.