Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) entregaram remuneração abaixo do CDI, a referência da renda fixa, em maio. É o que mostra levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney. A taxa média dos papéis chegou a 99,51% do CDI nos papéis com vencimento em 12 meses.
Considerando juros básicos estáveis em 14,75% ao ano, a aplicação renderia R$ 1.194,24 líquidos (livres de Imposto de Renda) após o aporte de R$ 10 mil.
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Para Guilherme Almeida, head de renda fixa da Suno Research, títulos bancários com remuneração abaixo do CDI não são vantajosos para os investidores. “Quando um investidor opta por alocar em um título privado, espera remuneração maior do que a dos títulos públicos” por sair do risco soberano e passar a se expor ao risco de crédito, explica. Nesses casos, “o investidor está incorrendo em um risco adicional sem necessariamente ser remunerado por isto”, completa o especialista.
Segundo o levantamento da Quantum, apenas a taxa média dos papéis com vencimento em 36 meses superou o CDI. O dado mostra a média, logo, há papéis com remuneração mais alta, chegando a até 120% do CDI. Almeida, porém, lembra que as taxas mais altas geralmente estão associadas a prazos mais longos ou risco maior de calote.
Retornos de CDBs indexados ao CDI entre 30 de abril e 30 de maio de 2025 | ||
Prazo (meses) | Taxa média | Resgate após investir R$ 10 mil |
3 | 99,59% | R$ 10.268,41 |
6 | 99,72% | R$ 10.546,81 |
12 | 98,81% | R$ 11.194,24 |
24 | 99,51% | R$ 12.658,94 |
36 | 100,71% | R$ 14.344,66 |
Outro achado relevante do estudo está no número de emissões. Os CDBs de inflação foram mais comuns do que os pós-fixados – 393 contra 290 emissões. Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, diz que o volume dos papéis híbridos está atrelado à demanda: “em um ambiente de inflação ainda resistente, investidores procuram proteção do poder de compra, o que os títulos atrelados ao IPCA entregam”.
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Esse tipo de CDB é a melhor opção para quem tem um horizonte de médio a longo prazo e pode deixar o dinheiro aplicado por pelo menos dois anos, segundo Patzlaff. No entanto, ele alerta para a liquidez dos ativos, menor do que o investidor encontra no Tesouro IPCA+, além do risco de crédito: “mesmo com FGC (Fundo Garantidor de Créditos, que protege aplicações de até R$ 250 mil em CDBs), o ideal é diversificar”.
Retornos de CDBs indexados à inflação entre 30 de abril e 30 de maio de 2025 | ||
Prazo (meses) | Taxa média (IPCA+) | Resgate após investir R$ 10 mil |
12 | 8,97% | R$ 11.136,85 |
24 | 8,07% | R$ 12.330,61 |
36 | 7,79% | R$ 13.634,84 |
Minoria no mercado de CBDs, com 126 emissões em maio, os CDBs prefixados. Os especialistas consideram esse tipo de remuneração a mais arriscada entre os títulos bancários, já que o investidor pode sofrer prejuízos relevantes se precisar de uma venda antecipada em um momento desforável para o papel.
Patzlaff diz que a indicação de CDBs prefixados é para os que apostam em queda da inflação e da Selic no médio prazo. Mesmo para esse grupo, porém, ele recomenda cautela e o uso desses ativos “como um complemento na alocação”.
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Conhecendo os riscos dos prefixados, Almeida diz que a decisão pela alocação “precisa, necessariamente, considerar o perfil de investidor” e “quanto mais conservador, menor deve ser a exposição” a esses títulos. Para quem opta pela alocação, “o ideal é que seja em um prazo menor”, diz o especialista da Suno.
Retornos de CDBs prefixados entre 30 de abril e 30 de maio de 2025 | ||
Prazo (meses) | Taxa média | Resgate após investir R$ 10 mil |
3 | 14,21% | R$ 10.261,76 |
6 | 14,38% | R$ 10.538,52 |
12 | 14,25% | R$ 11.132,20 |
24 | 13,65% | R$ 12.478,87 |
36 | 13,87% | R$ 14.050,09 |