Muitos analistas e até algumas fabricantes chinesas acreditam que a indústria do país está entrando em uma nova fase, a de consolidação. Existem cerca de 240 fabricantes de automóveis e a maioria delas deverá desaparecer nos próximos anos, seja encerrando as operações, realizando uma fusão com outra empresa ou sendo adquirida por uma fabricante maior. No caso da Dongfeng e da Changan, a escolha seria a fusão.
Rumores começaram a circular na China após um anúncio de diversas empresas que fazem parte da Dongfeng e da China South Industries Group (dona da Changan) de que estavam conversando com outras empresas estatais sobre uma reestruturação. As duas são as menores das quatro grandes fabricantes do governo chinês.
O anúncio feito ao mesmo tempo mexeu com a indústria chinesa. Se as duas realmente realizarem uma fusão, a nova empresa seria a maior fabricante do país, com vendas acima de 4,5 milhões de unidades anualmente. Seria o suficiente para superar a BYD, atualmente a líder do mercado chinês, após vender 3,5 milhões de carros em 2024.
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Não seria uma movimentação estranha. Ambas são controladas pela Comissão Estatal para Supervisão e Administração dos Ativos do Estado (SASAC). Recentemente, o SASAC declarou que quer reduzir a competição interna entre as estatais, otimizando o trabalho e focando em setores específicos.
Há o ponto de vista financeiro. Ambas não alcançaram as metas de vendas para 2024, embora a Changan tenha chegado perto, comercializando 2,68 milhões de unidades, pouco abaixo das 2,8 milhões de unidades esperadas. E ainda foi um crescimento de 14,79% em comparação com 2023.

Para a Dongfeng, a situação não está nada boa. Foram vendidos 1,89 milhão de veículos, uma queda de 9,2% ante 2023 e bem abaixo da meta de 3,2 milhões de unidades.
Será difícil fazer essa fusão acontecer. Apesar do papel do SASAC, ambas são operadas por uma estrutura própria e combiná-las exigirá não apenas uma reorganização completa da equipe, produtos e fábricas.
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Assim como foi com a Stellantis, a fusão entre Dongfeng e Changan encontrará um problema pela quantidade de marcas atuando no mesmo segmento. Apesar de os chineses estarem sempre criando novas divisões e marcas, algumas deverão ficar no meio do caminho e encerrar a operação.
Algumas publicações na China especulam que, ao invés de uma fusão, as duas empresas farão uma aliança nos moldes da Renault-Nissan-Mitsubishi, compartilhando os custos de desenvolvimento para criar veículos com plataforma, mecânica e equipamentos iguais.