Candidato à Presidência da República por três vezes sem sucesso, Ciro Gomes (PDT) passou a flertar com uma possível candidatura a governador do Ceará em 2026. A articulação envolve uma possível aliança do ex-ministro com bolsonaristas no estado, reduto eleitoral dele.
Na terça-feira (6/5), Ciro se reuniu com lideranças da oposição no Ceará. Entre elas, parlamentares do PL de Jair Bolsonaro. No encontro, o ex-ministro admitiu a possibilidade de sair candidato ao governo do estado, em um projeto de oposição ao PT, que administra o estado há mais de 10 anos.


O ex-candidato à Presidência da República Ciro Gomes
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Ciro Gomes é ex-ministro de Lula
Hugo Barreto/Metrópoles
Ciro Gomes vota no segundo turno
Redes sociais/Reprodução
A candidatura de Ciro interessaria ao PL, na medida em que a legenda mira uma das vagas ao Senado na chapa oposicionista. O próprio ex-ministro disse, no encontro da terça, que espera votar no deputado estadual Pastor Alcides (PL), pai do deputado federal André Fernandes (PL-CE), para senador em 2026.
Durante o encontro, Ciro contou aos bolsonaristas ter sido convidado pelo ex-senador tucano Tasso Jereissati a se filiar ao novo partido que nascerá após a provável fusão entre o PSDB e o Podemos. O ex-ministro, contudo, não deu qualquer garantia de que vai deixar o PDT para se filiar à nova legenda.
Possível candidatura de Ciro preocupa petistas
A eventual candidatura de Ciro no Ceará já preocupa aliados do atual governador do Estado, o petista Elmano de Freitas, que está apto a tentar reeleição em 2026. A avaliação é de que, com apoio do bolsonarismo e do restante da direita e da centro-direita, Ciro pode ser um candidato competitivo.
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Nesse cenário, esses aliados de Elmano já avaliam que a possível candidatura de Ciro pode forçar o atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT), a se candidatar a governador do Ceará em 2026 no lugar de Elmano. Camilo, vale lembrar, governou o estado por oito anos, de 2014 a 2022.
PDT busca alternativa
Atual partido de Ciro, o PDT deixou a base do governo Lula na Câmara, nesta semana. Na reunião em que o desembarque foi selado, o presidente da sigla, Carlos Lupi, pediu que os deputados pedetistas não incentivassem uma candidatura presidencial de Ciro agora, conforme noticiou a coluna.
Segundo relatos, o ex-ministro da Previdência ponderou que não seria interessante o PDT estimular uma candidatura própria, porque isso poderia fechar portas. Lupi, de acordo com deputados, afirmou que o partido poderá buscar um caminho alternativo a Lula e a Ciro em 2026.