Deputados distritais que fazem parte da oposição ao atual governo na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) entraram em obstrução. Conforme os parlamentares, a situação permanecerá até que o Poder Executivo apresente proposta aos professores da rede pública do DF, que estão em greve desde 2 de junho.
O termo “obstrução” é comumente utilizado por deputados para protelar ou evitar a votação de determinada matéria. Ao Metrópoles, o distrital Gabriel Magno (PT), presidente da Comissão de Educação da Casa legislativa, disse que o instrumento será utilizado pela oposição com objetivo de derrubar quórum nas votações de projetos de autoria do Governo do DF.
“Essa semana continuaremos em obstrução. Pelo visto, hoje (11/6), a base do governo também não dará quórum [no Plenário]. De qualquer forma, a oposição não permanecerá em sessão para que o GDF vote os projetos dele. E nós vamos continuar assim até que o governador apresente uma proposta pra categoria que está em greve”, declarou.
Fazem parte da oposição ao governo os seguintes distritais: Chico Vigilante (PT), Dayse Amarílio (PSB), Fábio Felix (PSol), Gabriel Magno (PT), Max Maciel (PSol) e Ricardo Vale (PT).
Conforme informado por Gabriel Magno, um diálogo entre professores e GDF tem sido buscado. “Estivemos em reunião com o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, estivemos na semana passada na Secretaria de Economia, acompanhando o Sindicato dos Professores (Sinpro), mas ainda enfrentamos o impasse que é a apresentação de uma proposta. E vamos continuar insistindo”, declarou o distrital.
“Hoje o governador, infelizmente, fez uma declaração bastante infeliz, muito ruim. Ele disse que não vai negociar, e ameaçou os professores. Então, isso também não ajuda no processo de mediação. Apesar disso, vamos continuar o diálogo com os secretários, e continuar insistindo até que haja uma proposta”, pontuou Gabriel.
Nesta quarta-feira (11/6), a sessão ordinária da CLDF teve início sem quórum. Apenas sete parlamentares permaneceram em Plenário. São eles: Chico Vigilante (PT), Daniel de Castro (PP), Daniel Donizet (MDB), Fábio Felix (PSol), Gabriel Magno (PT), Max Maciel (PSol) e Thiago Manzoni (PL).
Segundo o regimento interno da Casa legislativa, para votar propostas é necessária a presença de pelo menos 13 distritais em Plenário.
Greve dos professores
Na terça-feira (10/6), os professores da rede pública do Distrito Federal decidiram manter a greve iniciada no último dia 2. A decisão – praticamente unânime – se deu por meio de votação em assembleia, no estacionamento entre o Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte) e a Torre de TV.
Na sexta-feira (6/6), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino cassou a multa de R$ 1 milhão que a Justiça local estabeleceu à categoria em caso de manutenção da greve. A penalidade atendia a um pedido do Governo do Distrito Federal (GDF),
Após a assembleia, os educadores seguiram para a frente do Palácio do Buriti, onde fazem um protesto que fechou as seis faixas do Eixo Monumental, no sentido Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia).
Esta foi a segunda assembleia promovida pelo Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) desde o início do movimento paredista.