A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) descobriu que o esquema de furto de cabos alvo da segunda etapa da Operação Caminhos do Cobre ocorria por meio de uma ligação entre recicladoras, ferros-velhos e metalúrgicas com o Comando Vermelho. A ação desta quinta-feira (24/4) prendeu cinco membros da quadrilha que movimentou cerca de R$ 200 milhões em comunidades e outros endereços do Rio e São Paulo.
A primeira fase da operação conseguiu indícios do envolvimento de empresas desses setores, a partir da prisão de responsáveis pelas maiores recicladoras do Rio. Entretanto, à época, os agentes miravam crimes de receptação, que dificilmente resultam na permanência na prisão dos envolvidos, por ser considerado sem violência ou grave ameaça.
Mercado milionário
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As investigações da Delegacia de Roubos Furtos (DRF) conseguiram provar o envolvimento das empresas com a facção para o furto e receptação de cabos. Os roubos de materiais de cobre são geralmente associados à pessoas em vulnerabilidade social e usuários de drogas, mas a prática é mais complexa e ocorre como um ciclo, que termina na reinserção do material no mercado, que volta a ser furtado.
As investigações apontaram que o esquema funciona como um ciclo eterno: um usuário de drogas furta um pedaço de cabo de cobre, que é levado para um ferro-velho, geralmente pequeno. O receptador do ferro-velho já passa isso para uma empresa média ou uma recicladora, que por sua vez, transforma isso em matéria-prima, vende para grandes indústrias e metalúrgicas país afora, e isso volta depois como cabo, que novamente é furtado. Ou seja, é um ciclo criminoso e vicioso.
De acordo com as apurações da polícia, o cobre é um material de valor alto, o preço da tonelada é cerca de US$ 9 mil e alguns especialistas dizem que esse ano ainda pode alcançar US$ 15 mil. Então, facções criminosas como o Comando Vermelho especializadas no narcotráfico passam a explorar a grande indústria criminosa de furto, receptação e comercialização clandestina de cobre