
Investir em fundos imobiliários pode parecer simples à primeira vista — afinal, trata-se de adquirir cotas de ativos que pagam renda mensal. No entanto, para quem está começando, especialistas alertam que o processo exige disciplina, entendimento do mercado e, principalmente, autoconhecimento.
Durante participação no Liga de FIIs, do InfoMoney, Kiko Hirano, educador financeiro e criador do canal Dicionário do Investidor, afirmou que o investidor precisa desenvolver dois hábitos essenciais. “Você tem que ter disciplina de aportes, que é o que vai te dar a aposentadoria no futuro, mas também tem que ter disciplina de acompanhar os ativos que você tem.”
Para quem não tem tempo ou conhecimento para esse acompanhamento mais técnico, Hirano recomenda a terceirização da análise. “Você paga alguém para fazer isso para você, como uma carteira recomendada ou algo parecido.”

Já o Marcos Baroni, Head de Fundos Imobiliários da Suno Research, reforçou a importância da persistência nesse início. “A disciplina inicial é um grande divisor de águas. Esse processo de aprendizagem é desafiador, porque não é fácil entender o que há por detrás dessas quatro letrinhas seguidas de ‘11’”, disse, referindo-se aos códigos dos fundos listados na B3.
Muitos termos em inglês e expressões do mercado financeiro, diz Baroni, dificultam a compreensão para quem está começando.
Assim, a chave está em buscar fontes de conteúdo que falem a linguagem do investidor. “Procure pessoas que façam uma tradução disso tudo, que simplifiquem. Alguém com quem você consiga interagir, tirar dúvidas e entender de forma prática e objetiva aquilo em que pretende investir”, aconselhou.
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Além disso, Baroni recomenda paciência e equilíbrio emocional. “O investidor precisa controlar a ansiedade. Esses primeiros passos não são definitivos, são etapas de aprendizado. Ao longo do tempo, a carteira vai se aperfeiçoando.”
O analista também lembra que as escolhas mudam conforme o investidor amadurece. “Eu costumo dizer que suas escolhas mudam de acordo com o seu conhecimento. À medida que você aprende mais, suas decisões se tornam mais refinadas”, completa Baroni.
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Para ambos os especialistas, o mais importante no início da jornada não é montar a “carteira perfeita” para os próximos 30 anos, mas entender o próprio perfil, os objetivos e as limitações. Como resume Baroni: “Pensar em uma carteira que você nunca mais vai precisar mexer é não só utópico, mas até infantil. O mercado muda, e você também muda. O que importa é começar com serenidade e vontade de aprender.”
Confira a entrevista completa – e mais dicas – de Kiko Hirano na edição desta semana do Liga de FIIs. O programa vai ao ar todas as quartas-feiras, às 18h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.