Embora nas ruas poucos consumidores prestem atenção aos pneus, nas pistas de corrida, pneus dividem as conquistas alcançadas com carros, equipes e pilotos. É por isso que fabricantes como Pirelli, Goodyear e Michelin, entre outros, participam de competições mundo afora, uma vez que essa associação é uma poderosa ferramenta de marketing, além de um laboratório para desenvolvimento de novas tecnologias. O exemplo mais contundente desse benefício talvez seja o do pneu Pirelli P Zero, que nasceu nas pistas e graças a elas fez fama maior do que qualquer outro modelo, individualmente.
O P Zero surgiu em 1985 para equipar um carro de rali, o Lancia Delta S4, e como o regulamento da categoria exigia que esse carro tivesse versões de rua, o P Zero passou a vir como equipamento original do chamado Lancia Delta S4 Stradale. O P Zero foi classificado como primeiro da categoria Ultra High Performance. E, logo em seguida, mais precisamente em 1987, equipou nada menos que a Ferrari F40. Daí em diante sua carreira decolou, sendo homologado para supercarros como Lamborghini Countach, Pagani Zonda, McLaren P1, Aston Martin Vanquish e várias gerações do Porsche 911.
Este ano, durante a comemoração de 40 anos, da qual QUATRO RODAS foi a única publicação do Brasil a participar, a Pirelli apresentou a quinta geração do P Zero, que chega reposicionado ao mercado. Agora ele não é mais apenas um pneu para superesportivos, mas também tem versões para carros de alto desempenho que são usados no dia a dia.
Segundo o vice-presidente técnico da Pirelli, Piero Misani, o uso de inteligência artificial no desenvolvimento da nova geração permitiu à empresa oferecer um tipo de pneu adequado para quatro perfis de uso diferentes. O P Zero Trofeo RS é agora o que P Zero foi na origem: um pneu de alta performance para hiper e supercarros usados por entusiastas em condições extremas. O P Zero R se destina a carros esportivos dirigidos esportivamente por pessoas comuns; enquanto o P Zero, sem nenhum complemento no nome, atende carros de alto desempenho, mas não necessariamente esportivos usados em condições de uso normal. E há ainda o P Zero E, desenvolvido para equipar modelos elétricos, que são mais pesados e possuem elevado torque instantâneo.
Segundo a Pirelli, os pneus oferecidos nas medidas de 225 a 325 (banda), 30 a 45 (perfil), 18 a 23 (aro) e W e Y (velocidade) serão vendidos no Brasil de acordo com procura. Durante a apresentação da nova geração, foi possível ver que, pelo menos, o modelo Trofeo RS já exibe o selo de homologação junto ao Inmetro.
Na indústria de pneus é comum se dizer que a tecnologia é como um cobertor curto que não consegue suprir todas necessidades. Sempre que cobre uma parte, descobre outra. No caso prático, sempre que diminui a resistência ao rolamento, por exemplo, pensando em contribuir para a redução do consumo de combustível, a tendência é que aumente o nível de ruído e diminua a aderência, como efeitos colaterais. O desafio das novas tecnologias é atender um compromisso sem prejudicar ou prejudicando o mínimo o outro. Pelo que se vê na nova linha do P Zero, esse objetivo está sendo alcançado. Por meio do design da banda, dos novos materiais e também dos processos construtivos, a indústria está conseguindo esticar esse tal cobertor.
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Diferentes tipos de pneus se ajustam às condições de rodagem e de uso
P Zero
Projetado para modelos com desempenho superior, usados em condições do dia a dia
P Zero E
Desenvolvido para garantir tração, segurança e durabilidade, para carros elétricos
P Zero R
Pensado para automóveis e SUVs que podem ser dirigidos esportivamente por seu donos
P Zero Trofeo RS
Para garantir alto desempenho em pista, equipando hipercarros e superesportivos