Investidores do Coritiba Token recebem nesta quinta-feira (15) mais de R$ 1,5 milhão em remunerações provenientes do Mecanismo de Solidariedade da FIFA, resultado da transferência de oito atletas formados pelo Coritiba Foot Ball Club. O repasse contempla valores proporcionais aos percentuais estabelecidos nas negociações, conforme regras da entidade internacional.
Entre os jogadores cujas movimentações geraram receitas estão nomes como Antony (atualmente no futebol europeu), Samuel Portugal e Vítor Carvalho. As transferências ocorreram em mercados da Europa, América do Sul e Ásia.
O mecanismo de solidariedade foi implementado pela FIFA no início dos anos 2000 e determina que 5% do valor de cada transferência internacional de um atleta seja distribuído entre os clubes que participaram de sua formação, entre os 12 e 23 anos. No caso do Coritiba Token, esse direito foi digitalizado e fracionado por meio da chamada tokenização, permitindo que investidores adquiram pequenas partes desses direitos por meio de criptoativos.
No Brasil, há quatro tokens estruturados com base nesse modelo: Token da Vila (do Santos), Vasco Token, Coritiba Token e Cruzeiro Token. Cada um está atrelado a um grupo específico de jogadores formados por esses clubes.
Lançado em 2021 pela empresa Liqi Digital Assets, o Coritiba Token foi estruturado para captar recursos com base nesse direito de solidariedade. Desde então, o ativo já gerou múltiplas rodadas de remuneração para seus detentores. A operação utiliza tecnologia blockchain para registrar e negociar os ativos de forma segura e transparente.
Apesar de a tokenização ainda ser um conceito recente para muitos investidores, o modelo vem ganhando tração. Segundo a CVM, as ofertas públicas realizadas via crowdfunding (Resolução 88) movimentaram R$ 1,1 bilhão em 2024 — três vezes mais que o volume de 2023. Em escala global, o mercado de ativos reais tokenizados pode saltar de US$ 600 bilhões para US$ 18,9 trilhões até 2033, de acordo com relatório da Ripple com a Boston Consulting Group.