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Crítica: Homem com H revela a força e a liberdade de Ney Matogrosso

Estreia nesta quinta-feira (1º/5) nos cinemas de todo o país, Homem com H, cinebiografia que joga luz sobre uma das figuras mais indomáveis e provocadoras da música brasileira: Ney Matogrosso. Com direção de Esmir Filho e atuação marcante de Jesuíta Barbosa, o longa acompanha diferentes fases da vida do artista, da infância sufocada pelo autoritarismo paterno à liberdade conquistada — e defendida — nos palcos.

A narrativa começa na infância de Ney de Souza Pereira, nascido em 1941 no Mato Grosso do Sul. Ainda criança, ele já era alvo do preconceito em relação à sua sexualidade.

O pai, o militar Antônio Matogrosso (Rômulo Braga), impunha uma masculinidade forçada à base de castigos físicos e humilhações verbais. Mas a tentativa de domar o menino não foi capaz de apagar o que havia de mais visceral nele: a vontade de ser quem era.

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Homem com H

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Ao chegar à fase adulta — quando Jesuíta Barbosa entra em cena — outros homens também tentam moldar o artista. Em vão. A liberdade, para Ney, sempre foi inegociável. Performer nato, ele não se contentava em apenas cantar: seu corpo, seus figurinos e seu rebolado eram parte do espetáculo — um ato político em meio à vigilância da ditadura militar e da moralidade conservadora.

Jesuíta entrega uma atuação segura, indo além da semelhança física. Capta trejeitos, expressões e, sobretudo, o espírito indomado de Ney. Um dos momentos de maior carga dramática é a cena em que Cazuza (Jullio Reis) surge alterado, acompanhado de um traficante, episódio que Ney já relatou publicamente em outras ocasiões.

O filme também se debruça sobre a epidemia de Aids, que devastou uma geração de artistas nos anos 1980. Ney, que escapou do HIV, conviveu com a dor de perder amores e amigos, como Marco — seu companheiro na época — e o próprio Cazuza.

A relação entre os dois, inclusive, é abordada com delicadeza, revelando não apenas o vínculo amoroso, mas também a parceria artística. Ney foi o diretor do icônico show O Tempo Não Pára, mas sequer é citado na cinebiografia de Cazuza lançada em 2004.

Com mais de duas horas de duração, Homem com H poderia facilmente se arrastar — mas não o faz. A produção tem a bênção e participação direta do próprio Ney, que garante a veracidade de cada capítulo contado. E talvez seja isso que torne o filme tão envolvente: tudo ali pulsa verdade, liberdade e resistência.

Ney Matogrosso é um fenômeno difícil de rotular. Mas Homem com H oferece pistas importantes para entender como esse artista, desafiador desde a infância, tornou-se um ícone da MPB e símbolo de coragem em tempos de censura e repressão.

 



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