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Cuidados no puerpério: como garantir saúde física e emocional no pós-parto

O puerpério é uma das etapas mais desafiadoras da vida de quem acabou de dar à luz. O período inicia-se logo após o parto e, embora considere-se que ele dura cerca de seis semanas, não tem um tempo exato, e muitas mães podem ter seus efeitos emocionais por mais tempo.

Trata-se de um momento de intensas transformações físicas e emocionais, marcadas pela recuperação do corpo, os ajustes hormonais e a chegada de um novo ser à rotina familiar.

Nesta fase, não é apenas o recém-nascido que precisa de cuidados. A puérpera também requer atenção — e não apenas médica, mas também psicológica, afetiva e prática.

Entenda a seguir por que o puerpério é um período tão delicado, quais são os cuidados mais importantes e como o autocuidado pode (e deve) fazer parte dessa jornada.

Desafios físicos e emocionais do pós-parto

O pós-parto envolve dores, limitações e uma necessidade constante de repouso. Segundo a ginecologista e obstetra Carla Betarelli, do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista, alimentação equilibrada, boa hidratação e descanso adequado são essenciais para que a puérpera se recupere — e também para que consiga amamentar com segurança.

“O corpo precisa se recuperar do parto — seja ele normal ou cesariana — e, ao mesmo tempo, estar bem para cuidar de uma nova vida que depende da mãe para tudo”, explica.

Mas o desafio vai além do físico. O impacto emocional também é significativo, especialmente por conta da queda repentina dos hormônios, como a progesterona.

“As oscilações hormonais geram algumas questões emocionais, tristeza fácil e um pouquinho de ansiedade. Somado a isso, temos a novidade de um bebê, o que pode gerar um pouco de insegurança e um pouco de dúvida”, completa Carla.

A amamentação e seus obstáculos

Apesar de frequentemente idealizada, a amamentação pode ser um processo doloroso e cheio de incertezas. Muitas mulheres enfrentam dificuldades com a pega do bebê, feridas nos mamilos e medo de não conseguir produzir leite suficiente.

Fernanda Andrade, coordenadora de Enfermagem da startup L2D Saúde Digital, relata como a educação sobre o tema e o apoio às puérperas nesse momento contribuem para tornar a amamentação um momento mais tranquilo. Ela coordena o projeto da empresa na Santa Casa de Tatuí (SP) e no Hospital Municipal de Itupeva (SP), que acolhe mulheres durante o puerpério por 60 dias.

“São mães que relatam dor ao amamentar, sangramento da mama e do mamilo. Com a orientação de como ter a pega correta ou a posição adequada, conseguimos fazer com que o momento não seja sinônimo de dificuldade ou dor.”

Puerpério sem culpa

Conciliar os cuidados com o bebê e o autocuidado pode gerar culpa. Muitas mães sentem que estão negligenciando o recém-nascido quando tiram tempo para si.

Para Fernanda, o desafio é, justamente, salientar o quanto o cuidado consigo mesma é essencial para o bem-estar do bebê,

se cuidar primeiro, para poder cuidar do bebê.””]“Eu converso muito sobre isso: parece que junto com o bebê nasce também a culpa. É isso que a gente tenta desmistificar. O principal é mostrar que tem alguém que depende dela. Então, ela [precisa] se cuidar primeiro, para poder cuidar do bebê.”

”Fernanda

Importância da rede de apoio no puerpério

A adaptação entre mãe e bebê é um processo intenso — e solitário, quando não há ajuda. A presença de pessoas que ajudem com tarefas simples, como cozinhar, limpar ou apenas ouvir, faz toda a diferença.

“A rede de apoio é importante para que ela consiga manter repouso. Essa pessoa pode preparar uma comidinha, limpar a casa dela… E isso muitas não tem”, comenta Fernanda.

Desmistificando o puerpério

Os mitos ainda fazem parte do imaginário popular e impactam diretamente o bem-estar da mulher. Alguns dos mais comuns e que são considerados falsos, de acordo com Carla:

  • não poder levantar a cabeça após a anestesia: as técnicas atuais permitem que a mulher se levante e tome banho já no primeiro dia após o parto;
  • não poder lavar os cabelos por 45 dias: higiene pessoal é permitida e recomendada;
  • amamentar impede nova gravidez: amamentação não é método contraceptivo seguro;
  • só pode comer canja: alimentação deve ser variada e equilibrada, inclusive com peixes e legumes.

Puerpério além das seis semanas

Tradicionalmente, o período é considerado até 42 ou 45 dias após o parto. No entanto, atualmente discute-se a importância de uma abordagem mais ampla e prolongada, que considere as particularidades de cada mulher.

“Essa visão do puerpério tardio e prolongado que, às vezes, passa de 60 dias, depende muito de cada pessoa. Nesse intervalo de tempo, o corpo começa a voltar ao normal. Mas, o foco é restrito à questão física (feridas operatórias, os pontos, não fazer esforços e atividades físicas, alimentação), que é muito importante. O aspecto psicológico, porém, percebe-se que é um tópico muito mais amplo”, comenta Fernanda.

No projeto desenvolvido pela L2D Saúde, no qual a enfermeira faz parte, um dos objetivos é promover o cuidado com a puérpera ao longo de dois meses com materiais acessíveis e que tornem o período mais tranquilo.

Quando procurar ajuda médica?

A saúde mental merece atenção e devem ser sinalizada ao médico responsável.

“O blues puerperal pode acontecer entre 50 e 85% das mulheres no pós-parto e é caracterizado por labilidade emocional: um choro fácil, tristeza sem uma causa muito específica, um pouco de ansiedade e às vezes insônia (autolimitada e transitória) — mesmo a mãe estando muito cansada. Diferente da depressão pós-parto, que ocorre em até 10% das mulheres puerperas é considerada mais grave, exigindo avaliação médica”, adiciona

O desconforto e a dor são comuns no puerpério, mas alguns sinais exigem atenção imediata. Dores que não passam com o uso de medicação, febre persistente, secreções na ferida cirúrgica ou vermelhidão excessiva são indicativos de possíveis infecções. Infecções na ferida operatória, por sinal, é uma das causas de mortalidade materna no pós-parto.

De acordo com o Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna, mantido pelo Ministério da Saúde a partir de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, pelo menos 62 pessoas morreram em 2024 tendo como causa da morte infecção puerperal.

Já o Painel de Óbitos de Gestantes e Puérperas do Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr) aponta que 400 mulheres morreram no puerpério no último ano (399 pessoas até 42 dias; e 1 pessoa no intervalo de 43 dias até 1 ano). Os dados de 2024 ainda são preliminares.

Em 2023, o número de mortes foi de 742 pessoas, todas nos 42 dias pós-parto. O OOBr reúne registros de óbitos de mulheres gestantes ou puérperas dos anos de 1996 a 2024.

“A preocupação ainda fica muito em cima do bebê [no pós-parto], deixando a saúde materna no plano. De forma alguma, não se deve preocupar com a saúde do bebê. O que queremos apontar é sobre olhar para a saúde dos dois”, diz Fernando Palma – Diretor de Projetos da L2D Saúde Digital. “O foco é no apoio ao binômio [mãe-filho]e à família”, conclui Fernanda.

Amamentação protege mãe, bebê e meio ambiente, diz especialista

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