Se você já flagrou seu cão dormindo de barriga para cima, com as patas para o alto e em total estado de relaxamento, saiba que essa posição vai muito além de um momento fofo. Segundo o veterinário Thiago Borba, essa postura corporal pode revelar bastante sobre como o animal se sente em relação ao ambiente e à segurança ao seu redor.
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“Dormir de barriga para cima não é algo comum na natureza, onde os animais precisam estar em constante estado de alerta. Quando um cachorro adota essa posição, é um sinal claro de que ele está se sentindo seguro, confortável e relaxado”, explica.
Dormir enrolado: instinto de proteção
A posição mais comum entre os cães ainda é dormir enrolado, como um “donut”. Esse comportamento protege as áreas mais vulneráveis do corpo e remete ao comportamento instintivo dos ancestrais caninos, que precisavam se manter atentos a predadores e mudanças no ambiente.
“Dormir encolhido é uma herança do comportamento de sobrevivência. Mesmo em um lar seguro, muitos cães ainda adotam essa posição por costume ou necessidade de aconchego”, afirma o veterinário.
Outras posições e o que elas podem indicar
Além da barriga para cima ou da posição de “donut”, os cães podem dormir de diferentes formas, cada uma com sua particularidade:
- De lado: indica que o cão está confortável e em um estado de sono mais profundo.
- Com a cabeça apoiada nas patas dianteiras: comum em momentos de descanso rápido, quando o cão ainda está alerta.
- De bruços: também chamada de “posição da esfinge”, mostra que o cão está em repouso, mas pronto para reagir rapidamente.
- Enterrado no cobertor: pode ser apenas uma preferência por calor e conforto, mas também é importante observar se há sinais de medo ou necessidade de isolamento.
- Com a cabeça erguida: pode indicar que o cão está relaxando, mas ainda atento ao ambiente.



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Cada cão tem sua mania — e tudo bem com isso
De acordo com Thiago Borba, os hábitos de sono dos cães também variam conforme o ambiente em que vivem e os estímulos que recebem. “O acesso a caminhas, sofás, cobertores e a forma como são tratados influenciam diretamente nas posições e locais que escolhem para dormir.”
Ele reforça que não é necessário se alarmar diante de uma posição inusitada. No entanto, é importante observar comportamentos que fogem do padrão do pet.
Embora muitas posições indiquem apenas conforto ou preferência, há sinais que merecem atenção. “Se o cachorro começa a procurar locais escondidos ou inapropriados para dormir, como atrás de móveis ou dentro de armários, isso pode ser um indicativo de medo, insegurança ou até maus-tratos anteriores”, alerta Borba.
Nesses casos, o ideal é buscar ajuda de um profissional — seja um veterinário comportamental ou adestrador — para avaliar se há traumas, disputas com outros animais da casa ou até problemas de saúde emocional.
Quando o pet apresenta comportamentos indesejáveis ligados ao sono ou procura esconderijos para descansar, o adestramento pode ser uma ferramenta eficaz. Ele ajuda a ressignificar o espaço do cão, oferecendo segurança e reforçando hábitos mais saudáveis.
“O sono também é uma forma de comunicação do cão com o ambiente. Entender essas mensagens é uma forma de cuidar melhor e fortalecer o vínculo entre tutor e pet”, conclui o veterinário.