São Paulo — Um morador da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, ficou ferido após levar tiros de bala de borracha, disparados pela Polícia Militar (PM), durante um protesto contra a demolição de casas na comunidade, na tarde desta terça-feira (13/5).
“Informei que estava indo para meu trabalho, mostrei a identificação, não permitiram que eu passasse”, disse auxiliar de atendimento Everson Anderson, de 25 anos, ao Metrópoles. Ele afirmou ter levado quatro tiros da munição não letal nas costas (assista abaixo).
Segundo o morador, os policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo e uma delas atingiu seu pé. “Eu me assustei e saí correndo. Eles [os policiais] me deram quatro tiros nas costas”, disse o morador, que se diz amedrontado. “A resposta que o estado tem para a gente está nas minhas costas.”
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse, em nota, que a PM atua na Favela do Moinho desde a manhã desta terça para dar apoio aos colaboradores da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) que atuam na comunidade.
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“A presença policial tem como objetivo garantir a segurança dos presentes na região. Policiais militares detiveram um homem que arremessou objetos contra a equipe. Ele foi conduzido ao 2º DP [Distrito Policial, no Bom Retiro] onde o caso está sendo registrado. A ação policial na comunidade está em andamento”, informou a pasta.
Demolição de casas
O governo estadual iniciou as demolições nas casas de famílias que já desocuparam a Favela do Moinho,. Nessa segunda-feira (13/5), seis casas foram demolidas e um grupo de moradores protestou ateando fogo nos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
O protesto acontece após o início da demolição de casas pelo governo estadual, em meio ao processo de reassentamento. Ao todo, estão previstas 11 mudanças no âmbito do plano, com adesão voluntária, gerido pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU).
Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação afirmou que “os trabalhos tiveram início por seis casas que representam risco pela estrutura precária, já lacradas pela Prefeitura de São Paulo devido ao já citado risco. A ação é realizada conjuntamente pela CDHU, pela Subprefeitura Sé e pela Defesa Civil”.