Mais de dez anos se passaram desde que a Ferrari 458 ganhou o sobrenome Speciale, um dos mais importantes da marca. Agora, ele volta para coroar a Ferrari 296, que fica ainda mais potente e emocional, graças a alterações mecânicas que incluem, entre outros, um aumento de 20% no downforce. Além do 296 Speciale, a italiana também apresentou o 296 Speciale A, com teto removível.
As novidades visuais começam pelo tom de verde exclusivo, batizado de Verde Nürburgring, além dos números adesivados, que podem ir de 0 a 99. A dianteira tem um para-choque com aberturas maiores e novos formatos aerodinâmicos, em fibra de carbono aparente. O capô também é novo, com aberturas para aprimorar não apenas a aerodinâmica, mas também o resfriamento do motor. No caso do Speciale A, é possível remover o teto rígido.
De lado, quem ganha destaque são as rodas forjadas de fibra de carbono, com 20 polegadas calçadas por pneus Michelin Pilot Sport Cup2 (245/35 na dianteira e 305/35 na traseira). A traseira dos esportivos são dominadas por saídas de ar, como na porção superior central, além de outra abertura logo abaixo, interrompida por um grande para-choque de fibra de carbono.
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Para a aerodinâmica, na traseira, o supercarro incorpora ao aerofólio ativo uma espécie de aerofólio lateral, nascido das laterais do para-choque. O interior segue luxuoso como das 296 GTB e GTS convencionais, com extenso uso de fibra de carbono e Alcantara. Por falar na fibra, também são feitos dela a estrutura dos bancos e o painel de porta, feito em peça única.

O quadro de instrumentos é composto por uma grande tela, cuja apresentação das informações é detalhada e dividida em diferentes partes. No painel, nada de central multimídia, mas apenas uma modesta tela horizontal à frente do passageiro – que fica mais próxima de um segundo quadro de instrumentos para que o passageiro acompanhe os dados do veículo do que de uma central de entretenimento. Por fim, há diversos botões físicos espalhados pela cabine, um alento.

As 296 Speciale e Speciale A vão muito além de adereços. Os modelos passam por dietas para ficar até 60 kg, no caso da Speciale em relação à GTB e, 50 kg, no caso da Speciale A em relação à GTS, como pelo maior uso da fibra de carbono na carroceria e de titânio em componentes do motor. A relação peso/potência chega a 1,6 kg/cv em ambos, um recorde para uma Ferrari de tração traseira.

Isso também acaba por influenciar no downforce, de 435 kg a 250 km/h, número 20% maior do que na 296 GTB. Entre os responsáveis estão as alterações também visuais já ditas acima, em para-choques e capô, o aerofólio ativo com as novas aletas laterais (criadas para gerar uma carga vertical adicional). Esse conjunto tem um novo sistema eletrônico com tempo de acionamento 50% menor entre as posições Low Drag (de baixa carga) e High Downforce (de alta carga). Além disso, também há uma nova posição intermediária, a Medium Downforce.

Há ainda modificações na suspensão, com amortecedores Multimatic derivados do 296 GT3, feito para as pistas, e molas de titânio. A experiência acústica promete estar ainda mais emocionante pela redução de materiais isolantes na cabine, além de existir um tubo de compressão que canaliza os sons do motor para a cabine.
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Por falar em motor, enfim, é a hora de falar sobre ele. Ou eles. As 296 Speciale e Speciale A mantêm o motor V6 2.9 turbo, que passa a ter 700 cv de potência graças a alterações na câmara, com aumento de 7% de pressão, além de bielas de titânio 35% mais rápidas, pistões com especificações da F80, entre outros. Além do aumento da potência, há uma redução de 9 kg em comparação com o motor original, das GTB e GTS.

O motor elétrico, que fica entre o combustão e a caixa de câmbio (de dupla embreagem, com oito marchas), tem 180 cv – um aumento de 13 cv. Ele é alimentado por uma pequena bateria de 7,45 kWh, cuja autonomia elétrica é de até 25 km, segundo a marca. Assim, ao todo o conjunto entrega 880 cv de potência, 50 cv a mais do que nos modelos de origem.
Com essa mecânica, a Ferrari garante que as 296 Speciale e Speciale A vão de 0 a 100 km/h em apenas 2,8 segundos e passam dos 330 km/h de velocidade máxima. Para ir de 0 a 200 km/h, a versão fechada leva 7 segundos e, a aberta, 7,3 segundos.

É possível, porém, alterar a personalidade do modelo através de seus quatro modos de condução. O primeiro é o eDrive, que utiliza apenas o motor elétrico e pode chegar aos 135 km/h, mas com autonomia de 25 km (em condução mais tranquila). Em seguida, o modo Hybrid deixa o gerenciamento dos motores para o carro.
O modo Performance prioriza o motor a combustão, que fica sempre ligado, tanto para o desempenho, quanto para garantir a carga da bateria – que precisa estar em plena carga para entregar o máximo de desempenho. Por fim, o Qualify promete tirar o máximo de performance dos superesportivos. É neste modo, inclusive, que o motor elétrico atinge sua potência máxima de 180 cv.