O documentário experimental Vermelho Bruto, dirigido por Amanda Devulsky, será exibido em sessão única neste domingo (1º/6), às 18h, no Cine Brasília. O filme é construído a partir de imagens domésticas — como gravações em VHS e fotos analógicas — feitas entre 1985 e 1995 por quatro mulheres brasilienses que enfrentaram a gravidez na adolescência.
A proposta do longa é conectar as experiências pessoais dessas jovens ao contexto político da redemocratização do Brasil. “É a relação da vida privada com a vida pública”, resume a diretora.
A exibição faz parte da distribuição independente do filme, conduzida pela produtora Casadearroz, do Distrito Federal. O documentário tem passado por salas de cinema ligadas à preservação da memória do audiovisual nacional, como a Cinemateca do MAM (RJ) e a Cinemateca Capitólio (RS), antes de chegar a Brasília.
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Preservação do cinema
A escolha de exibir o longa em instituições que atuam na preservação da memória imagética do país reflete a essência do projeto. “Quisemos que o filme circulasse por espaços que têm relação com seu coração: a memória. Acredito que essas filmagens chamadas de ‘amadoras’ também devem ser reconhecidas como patrimônio nacional. Elas contam a história não oficial do Brasil”, defende Amanda Devulsky.
A diretora também demonstra preocupação com a conservação de obras clássicas do cinema brasileiro, como as de Glauber Rocha, Ozualdo Candeias e Ana Carolina — especialmente em um momento em que o cinema nacional vive um novo boom, com produções como Ainda Estou Aqui e O Agente Secreto ganhando repercussão internacional.
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O filme
O roteiro do longa é uma construção coletiva entre a direção do filme e as quatro personagens cujas memórias conduzem a narrativa da obra. O filme joga com a relação do próprio país com o tempo e com as imagens do seu passado.
Vermelho Bruto foi descrito como um “fascinante tour de force ético” pelo crítico cultural brasileiro Juliano Gomes e uma “observação do ínfimo à serviço da memória” pela curadora francesa Louise Martin Papasian.
A sessão ainda contará com a parceria do Cineclube CineBeijoca, por meio de um debate após a exibição do filme. Participam da conversa a professora e pesquisadora Juliane Peixoto, e Gabriela de Mello, integrante do projeto.
O filme será exibido às 18h, no Cine Brasília. A entrada terá valor único de R$ 5.