Dois homens investigados por liderar uma invasão armada em um garimpo, impondo grave ameaça com o uso de armas de fogo para obrigar garimpeiros a extraírem ouro sob regime de trabalho forçado, em jornadas exaustivas, sem comunicação externa foram extraditados pela Polícia Federal (PF), em ação que contou com o Núcleo de Cooperação Internacional da PF no Amapá (AP), na manhã desta quarta-feira (11/6).
A dupla estava foragida desde abril de 2024 e foi localizada na Guiana Francesa. Os homens figuravam na lista de foragidos internacionais da Interpol, por meio de difusão vermelha, e foram alvos da Operação Boulanger.
Segundo as investigações, os crimes tiveram início na cidade de Oiapoque (AP) e se estenderam ao garimpo Boulanger, na Guiana Francesa, onde diversos brasileiros teriam sido submetidos a condições degradantes de trabalho.
Os dois presos são suspeitos de ameaçar os trabalhadores de morte constantemente, sendo que eles executavam as funções impostas inclusive com armas apontadas para suas cabeças. Há indícios de que a ação resultou no assassinato de uma das vítimas.
A operação foi deflagrada para desarticular a organização criminosa transnacional que atuava na fronteira norte do Brasil e na Guiana Francesa.
Os indivíduos foram entregues às autoridades brasileiras por agentes do Centre Pénitentiaire de Remire-Montjoly, na ponte binacional localizada no município de Oiapoque, na divisa entre o Brasil e a Guiana Francesa.
A extradição foi realizada com base no Tratado de Extradição entre o Brasil e a França (Decreto nº 5.258/2004), após a decretação da prisão preventiva em território estrangeiro.
Com a entrega formal dos presos, a PF dará prosseguimento aos trâmites legais junto à Justiça Federal da 1ª Região, responsável pelo julgamento dos acusados.


