Policiais militares do 41º Batalhão do Rio de Janeiro (Irajá) reforçaram o patrulhamento no Complexo do Chapadão, região dominada pelo Comando Vermelho (CV), na manhã desta terça-feira (3/6).
O objetivo da equipe policial é retirar as barricadas em chamas colocadas pelos criminosos na área, a fim de impedir o avanço das forças de segurança pública.
Veja imagens:
Testemunhas contaram à coluna Na Mira que a entrada de serviços básicos na região está interrompida. Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel Urgente (Samu), por exemplo, não acessam mais a comunidade.
O caminhão de coleta de resíduos e motoristas de aplicativo também se recusam a trabalhar no complexo. Assim, a população enfrenta o isolamento com medo e sem assistência.
Mais informações:
- Os bloqueios de vias são uma afronta às autoridades e fecham a entrada em comunidades do Rio de Janeiro.
- A mando do CV, os “soldados” das facções constroem barricadas de concreto armado, para evitar a entrada dos blindados das polícias Militar (PMRJ) e Civil do estado (PCRJ).
- As barreiras evitam o ingresso das forças policiais nas comunidades tomadas por “narcoterroristas”, como os faccionados do CV são chamados.
- Em todo o ano passado, as forças de segurança pública do RJ removeram mais de 7 mil toneladas das estruturas erguidas pelos criminosos.
- A expansão territorial e o controle de comunidades inteiras, sempre imposto por meio do medo e à revelia do poder público, tornou-se prioridade para o CV.
- Ganhar terreno é estratégico para a facção, que precisa ampliar o território e explorar o fornecimento de serviços básicos, como de internet – com o sinal clandestino chamado de “CVNet” –, de transporte alternativo e de gás de cozinha.
- Recentemente, moradores do bairro do Éden, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense (RJ), relataram que uma das principais avenidas da área – a Ana Brito da Silva – está totalmente bloqueada por barricadas erguidas pelos traficantes.
- A situação impede a livre circulação da população e isola moradores do bairro, que chegam a ser intimidados pelos criminosos com frases como: “Se tirar a barricada, leva bala”.
A situação é tão grave que não é possível comprar eletrodomésticos ou materiais de construção, pois as entregas não chegam mais ao bairro, e os moradores ficam impossibilitados de reformar casas, renovar móveis e até receber encomendas.