Desde seu primeiro sucesso, o disco The Fame, de 2008, Lady Gaga tem mantido a comunidade LGBTQIA+ cantando junto à ela, a plenos pulmões. Não será diferente neste fim de semana. A cantora fará um show neste sábado (3/5) no Rio de Janeiro para, segundo a prefeitura local, 1,6 milhão de fãs, ou, como são carinhosamente apelidados, “little monsters”.
Leia também
-
Pouca vergonha
O casamento esfriou? 5 dicas de uma sexóloga para esquentar a relação
-
Pouca vergonha
Convite de Naldo Benny viraliza e gera “debate” sobre ménage
-
Pouca vergonha
Neomonogamia: nova forma de relacionamento repensa regras da monogamia
-
Pouca vergonha
Veja famosos que afirmaram fazer sexo com hora marcada: “Até acostuma”
A coluna Pouca Vergonha, então, ouviu fãs da artista para entender o fenômeno e as razões para ela ter o apoio dessa comunidade desde os seus primeiros hits, Poker Face e Just Dance.
Arte que ensina
Aos 26 anos, Arthur Araripe, diretor de marketing e fã de carteirinha da Lady Gaga desde os 10 anos, aponta que a artista é irreverente, e por conta disso virou um ícone para a comunidade. “Ela desafia os padrões do que é aceitável. E faz isso com música que convida alta energia, agito, animação. É uma receita perfeita para se tornar um ícone LGBT— sua arte nos ensina que tudo bem ser extravagante, desafiar padrões e vivências que nos diminuem o brilho e o vigor.”
Arthur, que escutou o primeiro álbum da cantora em seu MP3, disse estar animado para ver o Rio de Janeiro “tomado” por uma multidão LGBT+. “Para mim, é uma oportunidade de encontrar amigos de todos os rincões, fazer amizades em um clima de magia, já que estaremos na cidade unidos em propósito. É minha primeira vez em um show público em Copacabana — mal posso imaginar o fervo na areia”, comentou.
Espírito disruptivo
Já para o advogado Luciano Stacciarini, de 27 anos, a cantora se tornou um ícone da comunidade pelo espírito disruptivo. “Assim como os LGBT+ que sempre procuraram seu lugar no mundo, ela chegou quebrando os paradigmas da época”, diz.
“Ela representa uma comunidade, até então, sem a voz que tem hoje. Além de servir o que todo LGBT+ gosta, looks, espetáculos, beleza, boas músicas, ativismo”, acrescentou.
Além disso, Luciano comenta que a expectativa para o show no Rio de Janeiro é de viver algo especial. “Poder jogar meus demônios nas costas de um bom som e ser livre para aproveitar do que gosto, realizando um sonho de adolescência.”

Sem pedir licença
Para Hyá Pires, social media de 32 anos, Lady Gaga se tornou um ícone LGBT+ porque não pediu licença — chegou abrindo caminho. “Quando o pop caminhava para a assepsia, Gaga trouxe de volta o risco, a estética do excesso, a performance como ruptura. Em um mercado que começava a se curvar ao algoritmo, ela apareceu de salto, carne e manifesto”, pondera.
A fã também aponta que, além da estética, a cantora tomou o discurso para si. “O que era performance virou plataforma. Gaga entendeu que ser amada por uma comunidade vulnerável exige responsabilidade, e não fugiu disso.”
Mais do que um show, Hyá está no Rio de Janeiro para uma cerimônia. “Recebi um diagnóstico de burnout enquanto tentava corresponder a uma lógica que não respeita subjetividade. No meio desse colapso, percebi que precisava me reencontrar com o que me mantém viva: a arte, o mar, a possibilidade de ser afetada.”
A quem não estiver presente, o show de Gaga também será transmitido em rede nacional, e tem previsão de começar a partir das 22h30.