Um navio de ajuda humanitária da organização Freedom Flotilla Coalition (FFC), que faz campanhas pelo fim do bloqueio de Israel a Gaza, pegou fogo e emitiu um sinal de SOS depois de ter sido atingido por drones na costa de Malta, na madrugada desta sexta-feira (2/5).
O suposto ataque, segundo a organização, é de autoria das forças israelenses. A embarcação levaria voluntários, entre eles a ativista climática Greta Thunberg e a coronel do Exército dos EUA Mary Ann Wright à Faixa de Gaza. Israel não comentou a alegação.
Veja o momento em que a embarcação pega fogo:
O vídeo foi publicado pela FFC nas redes sociais e mostra o incêndio no navio. A instituição afirma que a ofensiva teria mirado no gerador da embarcação, que ficou sem energia e em risco de naufrágio.
O suposto ataque de drones ocorreu por volta de 0h30, no horário de Malta (19h30 no horário de Brasília). “Drones armados atacaram a frente de uma embarcação civil desarmada duas vezes, causando um incêndio e uma ruptura substancial no casco”, informa a organização.
De acordo com o governo de Malta, toda a tripulação está segura. “A embarcação tinha 12 tripulantes a bordo e quatro passageiros civis. Não houve registro de vítimas”, diz um comunicado, ao acrescentar que um rebocador próximo havia sido designado para socorrer a embarcação.
Bloqueio de Israel em Gaza
- Há cerca de dois meses, Israel impôs um bloqueio rígido a Gaza e suspendeu a entrada de ajuda humanitária, alimentos, combustível, remédios ou outros itens básicos no território.
- As autoridades israelenses justificam o bloqueio alegando que o Hamas rouba a ajuda humanitária e distribui ou vende os itens aos seus combatentes. Autoridades humanitárias em Gaza negam qualquer roubo generalizado de ajuda nos últimos meses.
- Com o bloqueio, ao menos 1 milhão de crianças na Faixa de Gaza estão sem o básico para sobreviver.
Apesar de o exército israelense não ter se pronunciado sobre o caso, a CNN Internacional encontrou registros de que um avião militar de Israel teria partido rumo a Malta na tarde dessa quinta-feira (1º/5).
A aeronave não pousou no aeroporto internacional de Malta, segundo dados baseados o site de rastreamento de voos ADS-B Exchange e voou a uma altitude relativamente baixa sobre o leste de Malta por um longo período.
O avião militar sobrevoou o local horas antes de a organização afirmar que o navio foi atacado e retornou a Israel cerca de sete horas depois.