O homem de 25 anos que invadiu uma escola na Rua Vitorino Carmilo, na região central de São Paulo, nessa sexta-feira (16/5), teria entrado no local portando uma faca há cerca de dois meses.
A informação foi dada à reportagem pela tia de um aluno e parente de outras duas crianças que estudam na instituição. Ela prefere não se identificar, pois mora próximo à unidade escolar e tem medo do suspeito.
Segundo a mulher, na ocasião em que entrou na escola com uma faca, o homem foi rapidamente detido pela Polícia Militar (PM), acionada assim que perceberam a presença do invasor.
A tia do aluno ainda reforçou a necessidade de um reforço na segunda do local. Ao Metrópoles, ela garantiu que “qualquer pessoa consegue entrar fácil” na escola.
Em comentários nas redes sociais, usuários dizem que “não é a primeira, nem segunda, nem terceira vez que invadem” esse colégio. A informação, no entanto, não foi confirmada.
Vídeo mostra pais reagindo à tentativa de invasão
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma aglomeração em frente à escola após o homem tentar novamente adentrar no local. Nas imagens, é possível ouvir gritos de “segura” e “pega aí”. Em seguida, o invasor foi levado por agentes da Polícia Militar (PM). Veja:
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Tia de aluno testemunhou confusão
A mulher que falou com a reportagem estava presente no momento em que a população tira à força o invasor. Ela disse ter sido a primeira a chegar ao local e que viu uma viatura da PM deixando o espaço.
“Perguntei o que aconteceu e o moço disse que o cara que entrou com uma faca na escola há dois ou três meses atrás entrou de novo, pulando o muro. Perguntei onde ele estaria e ele estava dentro do posto de saúde, do lado da escola”, afirmou.
Ela conta que ficou do lado de fora enquanto a irmã mais nova, aluna do colégio, comunicou sobre o ocorrido às mães que chegavam.
“Nisso, ele veio na nossa direção e começou a xingar eu e minha irmã. Ficamos batendo boca com ele e ele ficou todo tempo debochando. Depois nos ameaçou tentando tirar algo dentro da bolsa, dizendo que estava de saco cheio e que a gente ia ver.”
Ainda segundo o relato, ele teria dito à mulher: “Se não quer que eu mexa [com os alunos], tira da escola”.
Após as ameaças, o homem voltou ao posto de saúde e se trancou em um banheiro no segundo andar. Foi quando as mães chegaram e tentaram tirar o suspeito do local. “As pessoas do posto, que trabalham lá dentro, estavam protegendo ele. Eu dei um chute na porta, a porta abriu e tiraram ele de lá”, afirmou a mulher. Em seguida, o homem foi agredido.
Sensação de insegurança
Pais e responsáveis relatam uma grande sensação de insegurança em relação ao acesso de desconhecidos à escola. Segundo relatos, o homem aparece sempre no mesmo horário, no período de intervalo dos alunos.
“O portão fica aberto e ele se esconde atrás da escada. Quando tem a oportunidade, ele entra. Não fica ninguém do lado de fora”, disse a mulher.
Uma viatura da PM teria sido acionada para fazer ronda escolar após o episódio da faca, mas deixou o posto depois de dois dias.
O Metrópoles questionou a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), responsável pela administração da escola, se algum direcionamento será dado ao colégio ou à PM para que a segurança local seja reforçada. A reportagem aguarda um posicionamento.
O que disse a Seduc e a SSP
- Sobre a invasão dessa sexta, a Seduc afirmou em nota que a situação foi controlada rapidamente.
- “A Diretoria de Ensino Centro informa que, ao identificar a presença de um homem no estacionamento, o vice-diretor da unidade o retirou imediatamente”, garantiu.
- “Não houve nenhum contato de indivíduos com estudantes, nem danos ao patrimônio. A Ronda Escolar foi acionada e um boletim de ocorrência foi registrado. A diretoria está à disposição das autoridades e da comunidade escolar para esclarecimentos”, completou a pasta.
- Também em nota, Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o suspeito foi agredido após entrar na escola e socorrido, sendo encaminhado ao pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia, onde permanece internado.
- A ocorrência foi registrada como lesão corporal no 2º Distrito Policial (Bom Retiro), que coletou o depoimento das mães de alunos da instituição que compareceram na unidade, diz ainda o comunicado.