A Honda não tem colocado muito dinheiro nos carros elétricos fora da China, tanto que atualmente tem somente um modelo, o Prologue, o único veículo criado na finada parceria com a General Motors. Apesar da promessa de ter mais elétricos até 2030, a fabricante anuncia um novo plano focado nos automóveis híbridos.
“Baseado no atual arrefecimento do mercado, esperamos que as vendas de elétricos em 2030 fiquem abaixo dos 30% que haviamos projetado”, explica Toshihiro Mibe, CEO da Honda, na apresentação feita esta semana. A empresa não conseguirá chegar aos 30% de participação dos elétricos nas vendas e hoje acredita que chegará a algo em torno de 20% no final da década.
A mudança na estratégia se dá não só à queda na venda de elétricos, como também na mudança nas políticas de descarbonização nos EUA e na Europa, que tem relaxado as metas, dando uma sobrevida para os carros a combustão puros e dando mais espaço para os híbridos.
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Mibe ainda cita o cenário econômico instável causado pelas tarifas de importação de vários países, e as políticas ambientais do governo Trump nos EUA, que vai atrasar a penetração dos elétricos no país por cerca de cinco anos. “O governo Trump continuará no poder por quatro anos, mas não acho que os veículos elétricos ganharão força imediatamente. Acredito que isso vai levar cinco ou seis anos”, diz o executivo.
O chefão da Honda afirma que os elétricos ainda serão a solução ideal de descarbonização a longo prazo, motivo pelo qual não acabarão com o investimento na área. Os aportes serão reduzidos em 30%, de 10 trilhões de ienes (R$ 39,7 bilhões) para 7 trilhões (R$ 27,8 bilhões). A diferença será remanejada para o desenvolvimento de novos híbridos, melhorias para os motores a combustão e novas tecnologias de assistência à condução.
Assim, a nova estratégia é para lançar 13 modelos híbridos mundialmente até 2030, além de levar a tecnologia para mais carros no portfólio. A Honda espera vender até 2,3 milhões de híbridos até 2030.
Parte destes híbridos chegarão ao Brasil. A empresa já anunciou que parte dos R$ 4,2 bilhões a serem aplicados no país até 2030 será utilizada para a nacionalização do sistema e:HEV adaptado para funcionar também com etanol. A tecnologia será adotada por carros como WR-V e HR-V no futuro, podendo chegar também ao City e City Hatch.