O trabalhador autônomo Renan Lima Vieira se tornou réu pelo crime de incêndio culposo – não intencional – que resultou na morte de um casal e seu bebê em Valparaíso de Goiás. A tragédia ocorreu em 27 de agosto, quando a família caiu do sétimo andar após o apartamento pegar fogo. As chamas foram geradas após a aplicação de um impermeabilizante de sofá.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) foi recebida nessa quarta-feira (12/3). Na acusação, a promotora relata que o réu foi o responsável por fazer a impermeabilização no imóvel do casal Graciane Rosa de Oliveira e Luiz Evaldo Lima. As investigações indicaram que o homem agiu de maneira negligente e com descuido ao manusear um produto solvente.
Ele também não teria orientado os moradores e não seguiu os procedimentos exigidos. Além de Graciane e Luiz Evaldo, foi vítima fatal do incêndio o filho deles, de 23 dias, Leonardo Oliveira de Lima. O cachorro da família também morreu, enquanto a mãe de Graciane, Maria das Graças Oliveira, sofreu ferimentos graves.
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As orientações do impermeabilizante apontavam que o produto é altamente inflamável, havendo o alerta de que jamais deveria ser usado em recinto pequeno fechado. Existia também a advertência de não ter nenhum tipo de faísca ou fonte de calor no local da aplicação ou próximo.
Segundo o Ministério Público de Goiás, isso não foi seguido e nem foi alertado às vítimas, já que a mãe de Graciane acendeu o fogão para preparar o almoço quando o produto estava sendo aplicado.






Vizinhos receberam atendimento do Corpo de Bombeiros
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
A ocorrência aconteceu no condomínio Parque das Árvores, no bairro Parque Rio Branco
Tragédia abalou moradores do residencial
Filha de Graciane, uma menina de 11 anos, estava na escola na hora do ocorrido
CBMGO/Divulgação
CBMGO foi acionado para atender à ocorrência por volta das 11h desta terça-feira (27/8)
CBMGO/Divulgação
Chamas começaram no sétimo andar do prédio
CBMGO/Divulgação
Quando o incêndio começou, o profissional e a mãe de Graciane conseguiram sair rapidamente do local, mas o casal e o bebê ficaram presos no quarto. Encurralados pelo fogo, eles tentaram se proteger na ventilação da janela, mas acabaram caindo do 7º andar do prédio.
Em depoimento, o réu afirmou não ter conferido o produto antes de aplicar. A promotora responsável pelo caso também relata que Renan fazia as atividades de higienização e impermeabilização de sofás de forma esporádica e sem habilidade ou capacidade técnica. No caso em questão, ele realizou o serviço por conhecer Graciane há longo tempo, tendo se prontificado a fazer o serviço.