O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho, afirmou, nesta quinta-feira (8), durante uma coletiva sobre a Operação Sem Desconto, que o objetivo agora é investigar os envolvidos no escândalo de fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), “doa a quem doer”.
“Da perspectiva da CGU, cabe apurar os processos de responsabilização da lei anticorrupção contra as entidades que tem essa suspeita de fraude e de estarem envolvidas em corrupção. Isso foi feito. E apurar e abrir os processos disciplinares contra os servidores públicos envolvidos, alguns são de competência da CGU e outros são de competência da AGU. Nós estamos fazendo tudo isso, abrimos esses processos, abrimos esses procedimentos aprobatórios para responsabilização e identificação dos culpados. Essa tarefa, vocês não tenham dúvida, vai ser cumprida, porque o nosso objetivo é investigar tudo isso profundamente e responsabilizar quem precisa ser responsabilizada. Doa a quem doer”, disse Carvalho.
Wolney Queiroz, novo ministro da Previdência Social, também presente na coletiva, declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “determinou que fosse às últimas na apuração das responsabilidades, na busca dos responsáveis e que cuidasse dos nossos aposentados”.
Segundo a ação judicial apresentada contra 12 entidades que estariam envolvidas nas fraudes, o dano patrimonial sofrido pelo INSS, calculado a partir dos valores de descontos feitos pelas entidades apurados pela Dataprev, alcança o montante de R$ 2.567.083.470,44.
De acordo com a operação, realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União em 23 de abril, sindicatos e entidades associativas teriam cobrado indevidamente de aposentados e pensionistas cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A descoberta das fraudes levou às quedas do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.