A Polícia Federal (PF) foi às ruas de Presidente Prudente, interior de São Paulo, nesta quarta-feira (14), para desencadear a segunda fase da operação Sem Desconto, que apura fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Um casal de empresários foi alvo das medidas por suspeita de participação no esquema de desvio de dinheiro em contracheques de aposentados e pensionistas.
O homem é assessor de uma associação e apontado pela PF como operador financeiro. A esposa dele também é alvo.
Segundo a PF, o objetivo desta fase é apurar a atuação desse operador financeiro ligado à Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). Ele é suspeito de ter comprado carros de luxo com dinheiro dos aposentados.
A investigação seguiu uma trilha financeira considerada suspeita: o presidente da associação recebeu mais de R$ 100 milhões do Fundo do Regime Geral de Previdência Social (FRGPS) do INSS.
A partir daí, parte desse valor, R$ 812.000,00, foi repassado para o presidente da associação, que em seguida, direcionou ao operador financeiro e para sua esposa, além de empresas do casal.
A PF ainda detalha que a esposa do operador também transferiu de volta ao presidente da Conafer o valor de R$ 746.050,00, após receber deste, no mesmo período, entre 01/01/2021 a 29/09/2022, R$ 474.693,00.
“Esse movimento de recursos de volta ao remetente sugere um possível ciclo de lavagem de dinheiro, no qual os valores recebidos podem estar sendo redirecionados para camuflar a verdadeira origem dos recursos. Esse comportamento, somado às ligações com associações de aposentados envolvidas em fraudes e com movimentações suspeitas de grandes quantias, reforça as suspeitas de irregularidades financeiras e desvios de dinheiro”, detalha a Polícia Federal.
A PF acredita que indo ao patrimônio do operador e apreendendo documentos, a investigação terá mais elementos sobre essa parte.
A CNN procurou a Conafer sobre o caso, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.