O conflito entre Israel e Irã chega a mais um dia sem perspectiva de trégua. Os ataques aéreos de ambos os lados, antes reservados para a noite, agora também cortam o céu dos dois países durante o dia. A situação preocupa lideranças internacionais e eleva ainda mais a tensão que paira sobre o Oriente Médio.
Apesar dos apelos da maioria dos líderes internacionais, além da Organização das Nações Unidas (ONU), logo no início do conflito, na quinta-feira (12/6), os dois países não dão sinais de que vão parar de trocar ataques tão cedo. Durante o fim de semana, o Irã promoveu uma série de retaliações a Israel pelo chamado “ataque preventivo”, que mirou estruturas nucleares do país na última quinta-feira (12/6). Em resposta, Israel tem tentado barrar os disparos iranianos e também bombardeia o Irã.
O governo iraniano fala em 224 mortos, enquanto 14 perderam a vida em Israel em razão da troca de mísseis e drones. Serviços de resgate dos dois países trabalham incansavelmente para resgatar sobreviventes dos escombros de construções que foram atingidas. O governo israelense tem pedido à população para pernoitar em abrigos protegidos dos bombardeios.

Explosão em depósito de petróleo em Teerã, no Irã, após ataque israelense
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Prédios são destruídos após ataques do Irã contra Israel
Amir Levy/Getty Images
Luzes dos mísseis no céu de Israel
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Destroços em Tel Aviv
Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images)
Prédio destruído em Tel Aviv após ataque iraniano
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Nesse domingo, a ofensiva promovida por Israel teria resultado na morte do brigadeiro general Mohammad Kazemi e seu vice, Hassan Mohaqiq, militares de alto escalão da inteligência da Guarda Revolucionária Islâmica. Em resposta, novos ataques iranianos com mísseis partiram rumo ao território israelense.
Brasileiros em Israel
Parte das autoridades brasileiras que não conseguem deixar Israel em razão da escalada de tensões com o Irã deve ser levada à fronteira com Jordânia na manhã desta segunda-feira (16/6).
A primeira leva a deixar Israel, segundo o senador Carlos Viana (Podemos-MG), deve ser formada por 13 pessoas. Não foram divulgados, até o momento, os nomes das autoridades que farão parte desse grupo inicial.
Carlos Viana, que é presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel e participa das negociações, afirmou que o governo israelense tem dado prioridade à retirada das autoridades brasileiras por serem comitivas de convidados oficiais. Quanto aos turistas, ainda não há previsão de quando serão retirados.
“Ofensiva preventiva”
- Na última quinta-feira (12/6), as Forças de Defesa de Israel dispararam uma “ofensiva preventiva” contra o programa nuclear do Irã.
- O governo israelense já vinha, antes do ataque, subindo o tom contra contra o regime do aiatolá Ali Khamenei, com ameaças ao programa nuclear.
- Nos últimos anos, o avanço nuclear do Irã incomodou a comunidade internacional. Israel, que é uma potência nuclear, via o avanço como uma ameaça.
- Embora ambos os países sejam rivais históricos, o ataque levou ao aumento da instabilidade no Oriente Médio.
Escalada no conflito
O disparo de novas levas de mísseis durante o fim de semana, ocorreu no contexto da escalada na tensão no Oriente Médio após Israel lançar o que chamou de “ataque preventivo” contra o Irã, com foco no desmantelamento do programa nuclear iraniano.
Desde então, o Irã tem respondido com disparos de mísseis em direção a Israel, o que tem sido feito com exército de drones e mísseis. A reação veio na noite de sexta-feira (13/6) e, agora, se repetiu na noite de sábado (15/6) e domingo (16/6).
Em comunicado, o Irã alertou os governos dos Estados Unidos, Reino Unido e França de que qualquer ação que tente impedir os ataques contra o território de Israel resultará em retaliação por parte das forças armadas iranianas.
O presidente Donald Trump tem dado algumas declarações sobre a guerra nos últimos dias. O republicano levantou a possibilidade de que os Estados Unidos se envolvam, diretamente, na escalada de violência no Oriente Médio. A declaração do líder norte-americano aconteceu neste domingo (15/6), durante entrevista à rede ABC News.
“Não estamos envolvidos nisso”, disse Trump ao ser questionado sobre o papel que os EUA tem desempenhado no conflito. “É possível que possamos nos envolver, mas, neste momento, não estamos envolvidos.”
O presidente também escreveu em sua rede social, neste domingo, que “Irã e Israel deveriam chegar a um acordo, e chegarão a um acordo, assim como eu consegui que Índia e Paquistão chegassem”.
A recente troca de ataques entre os rivais históricos não tem precedentes e aumentou mais ainda a tensão no Oriente Médio. A região já lida com o conflito entre Israel e o Hamas, que desde outubro de 2023 estão em guerra.