O Brasil recebeu na última quinta-feira (1º/5) o primeiro carregamento das vacinas mais atualizas contra Covid. As 1,3 milhão de doses da vacina da Pfizer que protegem contra a JN.1, atualmente considerada a de maior importância pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desembarcaram no aeroporto de Guarulhos na data.
A chegada das vacinas da Pfizer permitirá que se retome o calendário de imunização contra a Covid para a população acima de 12 anos, que em algumas cidades havia chegado a ser interrompido por um estoque zero na semana passada.
Segundo o Ministério da Saúde, o fornecimento deve ser normalizado em todo o país ainda nesta semana.
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“Essa entrega aconteceu em 14 dias. Foi um recorde, mais rápido até mesmo que no período da pandemia”, declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao anunciar o recebimento das doses. A pasta informou que a remessa é parte de um total previsto de 7,4 milhões de doses para este semestre. A promessa é de 57 milhões de doses nos próximos dois anos.
A vacina atual
A variante JN.1. é descendente da Pirola (BA.2.86). Ela tem mutações que a tornam mais transmissível e que atingiram especialmente a proteína spike, usada pelo vírus para se ligar às células humanas e também a mais combatida pelas vacinas da Covid.





Diante do cenário de pandemia e da ampliação da dose de reforço, algumas pessoas ainda se perguntam qual é a importância da terceira dose da vacina contra a Covid-19
Istock
A dose de reforço deve ser administrada com um intervalo mínimo de quatro meses após o indivíduo completar o esquema vacinal inicial. A aplicação extra serve para aumentar a quantidade de células de memória e fortalecer, ainda mais, os anticorpos que elas produzem
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Especialistas destacam que uma das principais medidas proporcionadas pela dose de reforço consiste na ampliação da resposta imune. A terceira dose ocasiona o aumento da quantidade de anticorpos circulantes no organismo, o que reduz a chance de a pessoa imunizada ficar doente
Tomaz Silva/Agência Brasil
Aos idosos e aos imunossuprimidos, a dose de reforço amplia a efetividade da imunização, uma vez que esses grupos não desenvolvem resposta imunológica adequada
Hugo Barreto/Metrópoles
Outra medida importante é a redução da chance de infecção em caso de novas variantes. O anticorpo promovido pela vacina é direcionado para a cepa que deu origem à fórmula e, nesse processo, as pessoas também produzem anticorpos que possuem diversidade. Quanto maior o alcance das proteínas que defendem o organismo, maior é a probabilidade que alguns se liguem à variante nova
Westend61/GettyImages
O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Renato Kfouri afirma que o esquema de mistura de vacinas de laboratórios diferentes é uma
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Um estudo conduzido pela University Hospital Southampton NHS Foundation Trust, no Reino Unido, mostrou que pessoas que receberam duas doses da AstraZeneca tiveram um aumento de 30 vezes nos níveis de anticorpos após reforço da vacina da Moderna, e aumento de 25 vezes com o reforço da Pfizer
Arthur Menescal/Especial Metrópoles
As reações à dose de reforço são semelhantes às duas doses anteriores. É esperado que ocorram sintomas leves a moderados, como cansaço excessivo e dor no local da injeção. Porém, há também relatos de sintomas que incluem vermelhidão ou inchaço local, dor de cabeça, dor muscular, calafrios, febre ou náusea
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Vale ressaltar que o uso de três doses tem o principal objetivo de diminuir a quantidade de casos graves e o número de hospitalizações por Covid-19
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Impasses com a vacina da Zalika
O fornecimento anterior estava sob responsabilidade da Zalika Farmacêutica, representante do Instituto Serum, da Índia. A empresa venceu a licitação para abastecer o Programa Nacional de Imunizações com vacinas destinadas ao público adulto.
O contrato exigia vacinas com cepas atualizadas mediante solicitação do ministério. Em dezembro, a Zalika entregou 3 milhões de doses com a variante XBB, então aprovada pela Anvisa. No entanto, para etapas seguintes, foi exigida a cepa JN.1, recomendada pela OMS desde abril de 2023.

A empresa solicitou a aprovação da nova versão à Anvisa no fim do ano passado, mas a agência reguladora rejeitou duas vezes o pedido da Zalika para atualizar o imunizante.
Segundo a Anvisa, o dossiê apresentado possuía pendências que não foram resolvidas dentro do prazo e faltavam dados de eficácia.
Diante da impossibilidade de continuidade, o Ministério da Saúde acionou a segunda colocada no pregão. A Pfizer foi convocada em abril e assinou novo contrato no dia 14, assumindo o fornecimento das vacinas destinadas à população adulta.
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