São Paulo — Nove meses antes de a cadeira ficar vaga, o deputado estadual Carlos Cezar (PL) já começou sua campanha para assumir o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE).
Na semana passada, ele chegou a recolher assinaturas entre deputados do PSB, bancada da qual qual já fez parte. Há a expectativa de que Cezar seja indicado com o apoio de todas as lideranças da Casa, por aclamação. Se isso acontecer, ele será o primeiro deputado com mandato ativo eleito para o TCE.
A vaga de conselheiro vem sendo alvo de disputa política dentro do governo Tarcísio de Freiras (Republicanos) e o provável apoio do governador ao nome de Cezar, que é líder do PL na Assembleia Legislativa (Alesp), é tido como um aceno ao partido para o qual Tarcísio já fez promessas de filiação.
Quem é indicado ao Conselho passa a fazer parte de um grupo de sete titulares, que são responsável por julgar as contas do governo do estado. Nesse cargo, os conselheiros recebem um salário de R$ 44 mil e podem ficar até os 75 anos de idade, quando são forçados à aposentadoria.
Cezar tem 54 anos e é amigo do presidente da Alesp, André do Prado (PL). Ele é pastor evangélico da Igreja do Evangelho Quadrangular e tem trajetória marcada pela atuação na Frente Parlamentar Evangélica e na Comissão de Constituição, Justiça e Redação.
Campanha antecipada
A decisão de começar a coletar assinaturas com tanta antecedência — tendo em vista que a cadeira no TCE só ficará vaga em novembro — e em uma semana com feriado, faz parte da estratégia de Carlos Cezar para garantir a vitória.
Ele tem como rivais o líder do governo na Casa, Gilmaci Santos (Republicanos) e o seu colega de partido, Ricardo Madalena (PL). Mas enquanto Cezar se movimentava, Gilmaci estava na Agrishow, em Ribeirão Preto, e Madalena tirava uma semana de descanso com a família.
Apesar do clima de disputa, um deputado da base próximo ao governo disse ao Metrópoles que a indicação para o TCE prevê um acordo entre Gilmaci e Cezar, no qual quem não ganhar a cadeira no tribunal deverá ficar como candidato favorito à presidência da Alesp em 2027.
Briga pelo TCE
O conselho do TCE tem quatro vagas a serem trocadas ao longo da gestão Tarcísio de Freitas devido à aposentadoria de seus membros: uma delas, será preenchida por indicação do governador, e as outras três, por indicação da Alesp.
A primeira troca aconteceu em setembro de 2023, quando o deputado estadual Marco Aurélio Bertaiolli assumiu a vaga do conselheiro Edgard Camargo Rodrigues. Depois dele, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, recomendou, em dezembro de 2024, o advogado Maxwell Borges de Moura Vieira, para a cota das vagas indicadas pela Alesp. Moura Vieira assumiu a cadeira de Robson Marinho.
Neste momento restam duas indicações para as vagas de Antonio Roque Citadini – feita pelo governador, e de Sidney Beraldo – realizada pela Alesp. Eles completam 75 anos, idade da aposentadoria obrigatória, em setembro e novembro deste ano, respectivamente.