São Paulo — Milla Vieira, que foi alvo de ataques racistas nas redes sociais após ter sido coroada Miss SP em junho de 2024, abriu um processo contra a Meta, a empresa responsável pelo Instagram, alegando que a plataforma manteve os comentários preconceituosos.
O processo tramita em tutela de urgência na 2ª Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé, em São Paulo. O juiz Antonio Manssur Filho, responsável pelo caso, determinou a exclusão imediata de quatro publicações e ordenou que a Meta fornecesse os dados de 93 usuários envolvidos nos ataques contra a modelo.
Uma multa de R$ 50 mil foi estabelecida caso a empresa não cumprisse a determinação. Em resposta enviada ao Tribunal de Justiça de São Paulo, a Meta alegou que 7 das 93 contas não foram localizadas, podendo ter sido desativadas ou deletadas pelo próprio usuário, e que 11 demandam informações adicionais para serem encontradas.
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A defesa de Milla Vieira, representada pelo advogado Eduardo Barbosa, pediu a aplicação da multa estipulada pela Justiça, já que uma das publicações racistas permaneceu ativa.
O Metrópoles procurou a Meta para um posicionamento sobre o caso. A empresa disse que não vai comentar o assunto.
Miss SP sofreu ataques racistas após coroação
Milla Vieira foi coroada Miss São Paulo 2024 no dia 24 de julho de 2024 e, após a premiação, foi alvo de comentários racistas nas redes sociais. Tanto o Miss Universe Brasil quanto o Miss Universe São Paulo divulgaram nota lamentando os ataques.
Em agosto do ano passado, União Brasileira de Mulheres (UBM) solicitou investigação federal no caso dos ataques racistas. A entidade de mulheres pediu para o Ministério Público Federal abrir dois procedimentos: um criminal e outro civil.





Milla Vieira tem 34 anos e é de São Bernardo do Campo
Instagram/ Nayara Salles
No dia 24/7, Milla Vieira foi coroada Miss São Paulo 2024
Instagram/ Cassiano Grandi
O sonho de Milla sempre foi vencer o concurso
Instagram/ Nayara Salles
A polícia abriu inquérito para investigar os ataques racistas
Reprodução/ Instagram
Polícia Civil afirmou que abriu inquérito para investigar os ataques sofridos pela Miss São Paulo 2024
Instagram/ Nayara Salles
O primeiro pedido da UBM, pedia que a investigação dos crimes de racismo e misoginia seja conduzida pela Polícia Federal, considerando o ambiente em que os delitos estão sendo praticados. “Considerando os fatos narrados, percebe-se que os ataques racistas e discriminatórios ocorreram no âmbito da internet e redes sociais. Nesse sentido, há uma potencialidade dos fatos serem acessados e publicados a partir de qualquer local do mundo, o que justifica a competência da Justiça Federal”, alegou a entidade.
Já no pedido de procedimento civil, a entidade solicita que sejam apurados quais mecanismos e ações os organizadores do concurso têm adotado em casos semelhantes.
Ainda em agosto, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar os ataques. A Secretaria da Segurança Pública confirmou que apuração seria realizada pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).