A imortal da Academia Brasileira de Letras Heloisa Teixeira morreu nesta sexta-feira (28/3), no Rio de Janeiro, aos 85 anos. Acadêmica, escritora, pesquisadora e professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela não resistiu a complicações de uma pneumonia que gerou insuficiência respiratória aguda.
Figura central do feminismo brasileiro, Heloisa era conhecida anteriormente como Heloisa Buarque de Hollanda, nome que aposentou aos 83 anos para adotar o sobrenome materno. Sua trajetória acadêmica e cultural foi marcada pelo compromisso com a literatura, as questões de gênero e as culturas marginalizadas. Com uma carreira sólida na UFRJ, onde atuou como professora titular, também dirigiu o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro e fundou a Coordenação Interdisciplinar de Estudos Culturais. Publicou diversas obras de impacto, como 26 Poetas Hoje e Pensamento Feminista Hoje, além de contribuir com pesquisas sobre cultura digital e ativismo feminista.
Ao longo de seis décadas, sua vida se entrelaçou com a história da cultura brasileira. Sua casa no Jardim Botânico foi palco de momentos históricos, como o réveillon de 1968, mencionado no livro “1968 – O Ano que Não Terminou”, de Zuenir Ventura. Mesmo aos 80 anos, manteve intensa produção intelectual, lançando livros e séries que buscavam dialogar com novas gerações de feministas. Em abril de 2023, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, tornando-se a décima mulher a ocupar uma cadeira na instituição. Sua trajetória deixa um legado inestimável para o pensamento cultural e feminista no Brasil.