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MP detalha como cantor monetizava com músicas roubadas e plays falsos

Com apenas um computador, o cantor Ronaldo Torres Souza conseguia abrir 2 mil janelas na plataforma de música Spotify e replicar as suas canções, apresentando números de reprodução muito maiores do que de fato acontecia. A prática é chamada de Fazendinha de Streamings e foi flagrada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) na Operação Desafino, que já investigava o artista por roubar músicas de compositores e disponibilizar nas plataformas para arrecadar dinheiro. A denúncia do MPGO foi feita em janeiro deste ano.

Os promotores do caso Fabrício Lamas e Diego Cordeiro detalharam ao Metrópoles como funcionava a fazendinha do cantor de música sertaneja. Os dois também disseram que há outras investigações em curso que apontam alvos além de Ronaldo, mas que usam a mesma prática.

Segundo a investigação, a fazenda é uma configuração técnica para gerar artificialmente um grande volume de reproduções ou visualizações em plataformas que pagam pelos conteúdos, como é o caso do Spotify.

“Ele tinha 21 máquinas de notebook que estavam em pleno funcionamento no momento do flagrante”, destacou o promotor Diego Cordeiro. “Ele tinha um aplicativo que simula a existência de outras máquinas e em cada uma delas, ele conseguia abrir mais navegadores e abas”, completou.

“Ele fazia artificialmente que aquela música que ele postou lá tivesse muitos acessos, muitos plays. E aí ele ganhava dinheiro, tirando dinheiro de outras pessoas, de outros artistas”, ressaltou.

Quando o promotor diz que Ronaldo tirava o dinheiro de outra pessoa, é porque o pagamento feito por essas plataformas ocorre por meio de um rateio de lucros proporcional ao número de reprodução do conteúdo. Dessa forma, um artista que falseia esse engajamento adquire para si um valor maior do que realmente teria e disputa com outros profissionais que agem conforme a regra.

Nomes falsos e músicas roubadas

A denúncia do ministério público aponta que a geração artificial de plays tinha como objetivo ganhar dinheiro indevidamente, já que inclusive não eram músicas próprias e Ronaldo não usava o próprio nome ao publicar, mas indicava a sua conta bancária para o pagamento.

A investigação do MPGO ocorreu após uma reportagem do UOL denunciando que músicos sertanejos, especialmente de Goiânia, estariam sendo lesados por um compositor que roubava as músicas de compositores e publicava em uma conta própria. Nessa situação, ele se identificava como Júnior Kobal, mas o cantor criou outros nomes na lista. São eles: Aldo Vanuti, Alexandre Volts, Alla Rick, Amadeu Lins, Andre Allk, Antony Faisão, Augusto Travis, Barto Lima, Breno Cardoso, Caike Lobato, Carlos Brenan, Carlos Makito, Carlos Max, Cesar Baroni, Diego Damian, Dinho Chaves, Elias Solto, Elizel Torres, Fabio Biu, Fabio Brits, Fabio Kaue, Fabricio Garan, Fagner Fael, Gean Gal, Gean Loyola, Geraldo Gel, Henrique Feitosa, Hugo Hulk, etc.

Em depoimento ao MP, Ronaldo admitiu que inventava o nome na hora. A criatividade para o nome não era a mesma para dar títulos às canções. Em alguns momentos, Ronaldo apenas copiava a primeira frase da música. É o que aconteceu com a canção “Você Anda” publicada pelo perfil Junior Kobal. A letra, no entanto, pertence à Valéria Costa, Walace Dias, Igor Neto e Daniel Deck e o nome verdadeiro é “Banalizando a Intimidade”.

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Ronaldo teria lançado as músicas em uma plataforma e inflado o conteúdo

Ronaldo Torres é investigado por roubar músicas de compositores sertanejos
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Ronaldo ganhou dinheiro indevidamente ao se apropriar de músicas, segundo MPGO

Instagram/Reprodução

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Ronaldo teria lançado as músicas em uma plataforma e inflado o conteúdo

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Ronaldo Torres é investigado por roubar músicas de compositores sertanejos

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Os artistas montaram uma guia da música, ou seja apenas voz e violão, e dispararam para outros artistas, empresários e produtores. Como Ronaldo era conhecido no meio pela alcunha Alex Ronaldo por uma música que gravou quando ainda era a dupla “Alex e Ronaldo”, ele estava na lista de envio de diversos músicos. Na época, ele chegou a gravar a canção “sexta-feira, sua linda” que chegou a ser compartilhada pelo jogador de futebol Neymar. Era dessa forma que o investigado tinha acesso às canções e gravava com os nomes falsos no perfil no Spotify.

Os verdadeiros compositores se assustaram quando viram a música deles em uma plataforma com um nome falso que facilitava o anonimato de Ronaldo e dificultava o rastro da ação. Quando a operação foi deflagrada, a canção tinha 1 milhão de reproduções no perfil de Kobal.

“Tudo que está na internet ficam rastros e a gente começou a correr atrás desses casos que levaram a esse essa pessoa que hoje ela é acusada”, destacou o promotor Fabrício Lamas.

Na denúncia do MP, consta o depoimento de Valéria Costa, uma das autoras da música Banalizando a Intimidade. Ela destaca que há um roubo também imaterial, já que a partir da divulgação do conteúdo, o investigado também divulga a ideia na canção, fazendo até perder uma originalidade.

“Às vezes você tem um tema que é muito original, uma música que é muito diferente, você tem certeza que não tem nada no mercado parecido com aquilo, se caiu ali no Spotify, oque está impedindo outra pessoa de fazer?”, disse Valéria ao Ministério Público.

As investigações apontam que Ronaldo embolsou cerca de R$ 300 mil indevidamente, mas que teria ocasionado um prejuízo de até R$ 6 milhões no mercado da música roubando os conteúdos.

Ronaldo foi denunciado ao Tribunal de Justiça de Goiás pelos crimes de fraude eletrônica e violação de direitos autorais. Ele chegou a ser preso, mas responde ao processo em liberdade.

O empresário de Ronaldo, Sílvio França, disse que o seu cliente está colaborando com as investigações. Ele ressaltou que Ronaldo não está bem e tem feito terapia porque, segundo ele, “cadeia não cura ninguém”.

“Uma coisa é botar um bandido na cadeia, que está acostumado com cadeia, outra coisa é botar uma pessoa que não tem um passado nada sujo, tipo um passado limpo e botar na cadeia”, destaca o empresário.

“Ele está cooperando com a justiça. Então, vamos deixar a Justiça resolver o que tem de resolver, mas ele tem que voltar a trabalhar, tem que voltar a trabalhar e viver”. Sílvio reforçou que a operação atrapalha a carreira do cantor e disse ainda que o “Brasil  tem tantas outras coisas mais importantes que estão acontecendo”.

O Metrópoles também questionou ao Spotify sobre as medidas adotadas para identificar e coibir fazendas de streaming, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

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