Na última quarta-feira (11/6), o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) enviou ao deputado distrital Eduardo Pedrosa, presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Autismo, um parecer orientando o arquivamento do caso em que uma criança autista de 8 anos foi arrastada por funcionárias da clínica Única Kids, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). O menino fazia terapia no local.
O órgão baseou o pedido de arquivamento nos argumentos de que não havia habitualidade, nem nenhum tipo de agressão que fosse grave o suficiente para comprovar que esse caso deveria ser julgado. O deputado, em declaração nas redes sociais, comenta que seguirá firme na busca por justiça: “Quem cometeu essa crueldade precisa ser responsabilizado. Não vamos silenciar diante da dor dessa família. A impunidade não pode reinar contra nossas crianças autistas”, concluiu.
O caso ocorreu em 21 de maio deste ano, quando a criança, que supostamente teria fugido, foi agarrada à força pelas funcionárias e arrastada pelas pernas. O momento foi registrado por câmeras de segurança do local.
Relembre:
Presas pela ação, as duas funcionárias da clínica que puxaram a criança pagaram fiança de R$ 3 mil, cada uma, e foram liberadas.
Posicionamentos
Por meio de nota divulgada nas mídias sociais, a Única Kids divulgou que os “eventos correspondem a condutas isoladas, que não refletem os valores e o compromisso inabalável da clínica com a ética, o cuidado humanizado e a excelência no atendimento aos pacientes”.
“Gostaríamos de enfatizar que, desde o conhecimento dos fatos, medidas administrativas foram adotadas para preservar a integridade e a confiança da nossa equipe, bem como auxiliar as autoridades responsáveis na elucidação dos fatos. Por fim, a clínica preserva o direito das profissionais envolvidas à ampla defesa e ao contraditório”, acrescentou a instituição.
Além disso, o Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-1/DF) se solidarizou com a família e destacou que repudia “qualquer violação de direitos humanos, sobretudo por profissionais da área”. A entidade destacou, ainda, que processos investigativos e disciplinares conduzidos pela instituição têm caráter sigiloso.