São Paulo — O Ministério Público de São Paulo (MPSP) propôs o pagamento de R$ 273,2 mil para arquivar o processo criminal contra Pablo Marçal (PRTB) no caso envolvendo a escalada no Pico dos Marins, no interior de São Paulo, em janeiro de 2022. Caso o influenciador concorde, o acordo ainda precisa ser homologado pela Justiça.
Na ocasião, o ex-coach liderou um grupo de 32 pessoas, sem equipamentos e durante um vendaval, em direção ao topo da montanha na Serra da Mantiqueira, uma das mais altas do estado paulista.
Desde então, ele se tornou alvo de investigações por tentativa de homicídio privilegiado – quando a prática do ato é atenuada por ter sido cometido sob fortes emoções.
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Um primeiro inquérito policial, realizado em dezembro de 2022, não conseguiu averiguar a responsabilidade do influenciador na ocorrência, mas teve resultado questionado pelo MPSP, por ter sido, segundo o órgão, uma investigação prematura e ineficaz.
Após a denúncia, o caso voltou a ser apurado pela Polícia Civil de Piquete, cidade onde aconteceu a escala. Conforme noticiado pelo Metrópoles, em setembro deste ano, 13 ex-alunos de Pablo Marçal inocentaram o empresário no caso e afirmaram que a decisão de subir o Pico, cujo cume fica a 2,4 km de altitude, foi coletiva.
Apesar de os depoimentos contarem a favor de Marçal, investigadores também levaram em consideração um vídeo no qual o ex-coach encoraja os aprendizes a não desistirem da trilha, mesmo com vendavais e baixa visibilidade na região montanhosa.
O influenciador foi acusado de colocar em risco a saúde dos participantes, o que foi negado pela defesa. Ele se disse perseguido pelo MPSP e afirmou que o caso só é investigado por ele se tratar de uma figura pública. No acordo proposto, os promotores indicaram que Marçal pague o valor proposto a uma entidade social.
Relembre o caso do Pico dos Marins
A excursão liderada por Marçal em 6 de janeiro de 2022 viralizou após o tenente Pedro Aihara, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, compartilhar stories no Instagram logo após o incidente. Com um tom de indignação, o oficial relatou a situação enfrentada pela equipe para resgatar o grupo de turistas em segurança.
“Um ‘coach’ irresponsável fanfarrão coloca 60 pessoas para subir o Pico do Marins debaixo de chuva. Sem conhecimento técnico, sem suporte adequado, sem estrutura, porque, segundo ele, ‘é tudo emocional’. PS: respeito profundamente quem exerce adequadamente a profissão de coach, que definitivamente não é o caso desse indivíduo”, comentou o militar na época.
Marçal respondeu dizendo que não se via como irresponsável. “Eu chamei o Corpo de Bombeiros. Porque não precisou. Eu chamei de precaução, contra o grupo inteiro. Eu sou o irresponsável?”, afirmou na época, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
Desde o caso da escalada do Pico dos Marins, Marçal está proibido judicialmente de realizar qualquer atividade em montanhas, picos, rios, lagos, mares, ou em locais correlatos, que envolva a si ou outras pessoas, sem autorização da Polícia Militar.