A música brasileira se despediu de uma grande cantora na última quinta-feira (1º/5): Nana Caymmi, uma das vozes mais bonitas da MPB, morreu aos 84 anos, após nove meses internada em um hospital no Rio de Janeiro.

“A Casa de Saúde São José confirma o falecimento da cantora Nana Caymmi no início da noite, às 19h10, desta quinta-feira, 1 de maio de 2025, aos 84 anos. A paciente estava internada na unidade desde julho de 2024 e faleceu em decorrência da disfunção de múltiplos órgãos. A instituição se solidariza com os parentes, amigos e fãs da grande artista brasileira”, diz a nota.
A morte da cantora marca mais uma grande perda para a arte brasileira em um ano que já levou outras figuras influentes do entretenimento. Além dela, 2025 já se despediu de cantores, atores, cineastas e apresentadores. Relembre cinco outros artistas que morreram em 2025:
Karen Silva
Karen Silva, ex-participante do The Voice Kids Brasil, morreu aos 17 anos, no dia 24 de abril, após sofrer um AVC. A informação foi divulgada no perfil do Instagram da cantora, que participou do programa da Globo em 2020. Ela estava internada no Hospital São João Batista, em Volta Redonda (RJ).
“É com profunda tristeza que comunicamos o falecimento da jovem cantora Karen Silva, aos 17 anos, ocorrido após dias de internação no Hospital São João Batista, em Volta Redonda, em decorrência de um AVC hemorrágico”, diz o comunicado.
Karen era carioca e tinha 17 anos. Ela participou do The Voice Kids, da TV Globo, em 2020, e integrou o time de Carlinhos Brown. A cantora lançou seu último trabalho, a canção Gata Vira-lata, no fim do ano passado.
Léo Batista
O jornalista esportivo Léo Batista morreu no dia 19 de janeiro, aos 92 anos. O comunicador foi diagnosticado com um tumor no pâncreas e estava internado na UTI do Hospital Rios D’Or, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, quando a morte foi comunicada.
O jornalista ultrapassou os 70 anos de carreira no esporte e ficou conhecido como A Voz Marcante. Inclusive, esse foi o título do documentário que o comunicador ganhou em 2002, produzido pelo SporTV.
Ele foi o primeiro jornalista a informar o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954 e também anunciou a morte de Ayrton Senna horas após o acidente em Ímola, na Itália.
Cacá Diegues
O cineasta Cacá Diegues morreu, aos 84 anos, no dia 14 de fevereiro. Carlos José Fontes Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo. Ele morreu devido a complicações de uma cirurgia.
Nascido em Maceió, Alagoas, em 1940, Cacá Diegues foi diretor de cinema, ensaísta, roteirista e produtor. Sua carreira como cineasta se destacou principalmente por sua contribuição à criação do Cinema Novo, consolidando-se como um dos mais atuantes cineastas brasileiros das últimas décadas.
Autor de diversos títulos, Cacá Diegues produziu longas-metragens, curtas e documentários, incluindo clássicos, como A Grande Cidade (1966), Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1980) e Deus é Brasileiro (2003).
Pai de quatro filhos, o cineasta era casado, desde 1981, com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães. Ele tinha três netos.
Mauro Motta
O produtor e compositor Mauro Motta morreu aos 77 anos, no dia 27 de abril. Ele foi parceiro de Raul Seixas e produtor de Roberto Carlos por mais de 10 anos, entre 1984 e 1996.
Motta enfrentava sérios problemas de saúde desde 2024, mas a causa da morte não foi revelada. A notícia foi divulgada por Marina Rocha, prefeita de Guapimirim, no Rio de Janeiro, local onde o artista residia.
Além de ter sido parceiro de Raul Seixas, Mauro está presente em parte da discografia de Roberto Carlos, em músicas como Nosso Amor, Voltei ao Passado, Eu Me Vi Tão Só e Preciso Te Esquecer.
Durante a carreira, Mauro chegou a integrar o grupo Renato e seus Blue Caps, como tecladista. Também atuou como compositor, arranjador e produtor. Dentre as premiações, destaque para as duas estatuetas do Grammy, o maior prêmio da música.
Heloisa Teixeira
A imortal da Academia Brasileira de Letras Heloisa Teixeira morreu no dia 28 de março, no Rio de Janeiro, aos 85 anos. Acadêmica, escritora, pesquisadora e professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela não resistiu a complicações de uma pneumonia que gerou insuficiência respiratória aguda.
Figura central do feminismo brasileiro, ela era conhecida anteriormente como Heloisa Buarque de Hollanda, nome que aposentou aos 83 anos para adotar o sobrenome materno. A trajetória acadêmica e cultural dela foi marcada pelo compromisso com a literatura e por questões de gênero e culturas marginalizadas.
Até o fim da vida, Heloisa Teixeira manteve intensa produção intelectual, lançando livros e séries que buscavam dialogar com novas gerações de feministas. Em abril de 2023, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, tornando-se a décima mulher a ocupar uma cadeira na instituição.