Sempre apontado como o nome natural do Partido dos Trabalhadores (PT) caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decida não concorrer à reeleição em 2026, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (12/5) que não tem a intenção de disputar o próximo pleito.
Segundo Haddad, a “prerrogativa” de se candidatar a um novo mandato é do próprio Lula, que já deu indicações públicas de que pretende concorrer no ano que vem.
Haddad disse ainda que também não espera ser candidato a uma vaga no Senado ou ao governo do estado de São Paulo.
Leia também
-
Negócios
“Vai ser meu principal legado”, diz Haddad sobre reforma tributária
-
Negócios
Haddad: “EUA deveriam olhar com mais generosidade para América Latina”
-
Negócios
“É um escândalo mesmo e enojou o país”, diz Haddad sobre farra do INSS
-
Mundo
Lula celebra aliança com China e critica protecionismo dos EUA; vídeo
“Eu não estou pensando em eleição em 2026. Não estou mesmo. Estou com afazeres bastante importantes e estou focado nisso”, despistou o chefe da equipe econômica, durante entrevista ao UOL, ao ser perguntado sobre seus projetos político-eleitorais.
“Eu pertenço a um campo, e é esse campo que tem de concluir pela melhor alternativa”, disse Haddad. “Não existem só Lula e Fernando Haddad no mundo. Está cheio de gente boa que pode se apresentar.”
O ministro da Fazenda, no entanto, deixou claro que a tendência no PT é a candidatura à reeleição de Lula em 2026.
“Essas dúvidas legítimas surgiram no passado, em torno de um terceiro mandato. Quando o presidente atingiu 80% ou 85% de aprovação, teve gente que se assanhou em torno de um possível terceiro mandato. O Lula vetou essa discussão”, recordou.
“Em 2014, muita gente procurou o presidente Lula para ele ser o candidato. Imaginava-se, na ocasião, que o governo [da então presidentre Dilma Rousseff] não estava bem e que uma reeleição não bastava. O presidente Lula deixou claro para todo mundo que a precedência e a prerrogativa eram da presidente da República”, continuou Haddad.
“Agora a prerrogativa de decidir é dele [Lula]. Ele tem o direito de concorrer e já disse para quem quisesse ouvir que, se estivesse bem de saúde, iria concorrer”, concluiu.
Nas eleições de 2018, quando Lula estava preso em Curitiba e inelegível, Haddad assumiu a candidatura do PT à Presidência da República – foi ao segundo turno, mas acabou derrotado por Jair Bolsonaro.
Quatro anos depois, em 2022, Haddad foi o candidato de Lula ao governo de São Paulo. Novamente foi ao segundo turno, mas perdeu para Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiado por Bolsonaro.