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“Narco babys”: como facções usam redes sociais para cooptar crianças

A guerra pelo controle do território e do tráfico de drogas no Brasil ganhou um novo e perigoso campo de batalha: as redes sociais. Longe das tradicionais “bocas de fumo”, facções criminosas como o Comando Vermelho (CV), o Terceiro Comando Puro (TCP) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) têm explorado plataformas digitais, músicas e a cultura da ostentação para aliciar crianças e adolescentes, transformando-os em “narco babys”.

A estratégia por trás dos algoritmos é calculada e explora a vulnerabilidade de jovens em busca de pertencimento, reconhecimento e ascensão social.

Para as facções, a cooptação de menores é uma tática de baixo custo e alto benefício. Adolescentes são vistos como “mão de obra” facilmente substituível e, por estarem sujeitos ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), suas penas são mais brandas que as de adultos, tornando-os “descartáveis” e menos custosos em caso de apreensão.

Eles ocupam funções diversas e essenciais na hierarquia do tráfico:

  • Olheiros: monitoram a movimentação policial e de facções rivais, alertando sobre perigos.
  • Vapores: atuam na venda direta de drogas nas ruas, o elo mais frágil e exposto da cadeia.
  • Soldados: em alguns casos, são armados e participam de confrontos, especialmente em disputas por território.

A idade de ingresso é cada vez mais precoce, com relatos de crianças de 13 e 14 anos sendo aliciadas. A ausência de perspectivas de futuro, a falta de acesso à educação de qualidade, lazer e profissionalização, aliadas à necessidade de complementar a renda familiar, tornam esses jovens alvos fáceis para as promessas de dinheiro fácil e status oferecidas pelo crime.

Redes, música e ostentação

As facções utilizam as redes sociais como vitrines para um estilo de vida que, à primeira vista, parece atraente.

  • Ostentação: perfis no Instagram e TikTok exibem armas, maços de dinheiro, joias, carros de luxo e festas regadas a drogas. Essa “narcocultura” cria uma falsa imagem de poder e riqueza, seduzindo jovens que buscam reconhecimento e pertencimento.
  • Música: o funk e o trap, gêneros musicais populares nas periferias, são frequentemente cooptados. Artistas, muitas vezes financiados pelas próprias facções, produzem letras e videoclipes que glorificam a vida no crime, o uso de armas e a lealdade à facção, servindo como propaganda e ferramenta de recrutamento.
  • Plataformas criptografadas: Discord e Telegram são usados para planejar ações, discutir estratégias e, em alguns casos, promover “desafios” e “competições” que incentivam atos de violência e extremismo, com recompensas internas para os participantes.
  • Grooming: criminosos estabelecem vínculos de confiança com os menores online, manipulando-os gradualmente para o mundo do crime.

Um estudo da ONU, de 2022, já alertava para o elo entre drogas ilícitas e redes sociais, destacando como ferramentas digitais são exploradas pelo crime organizado para facilitar suas operações.

MC Poze do Rodo x PCERJ

A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) tem atuado para desmantelar essa nova dinâmica. Um caso emblemático é a investigação e prisão do funkeiro MC Poze do Rodo. O artista é investigado por apologia ao crime e envolvimento com o Comando Vermelho (CV).

Segundo a PCERJ, Poze realizava shows exclusivamente em áreas dominadas pelo CV, com a presença de traficantes armados com fuzis, que garantiam a segurança do evento e do próprio artista.

As investigações apontaram que o repertório de suas músicas fazia “clara apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incitava confrontos armados entre facções rivais”.

A polícia chegou a afirmar que Poze era usado como “instrumento para captar menores para a facção criminosa Comando Vermelho”. As joias ostentadas pelo MC também faziam alusão a facções criminosas, sendo alvo de investigação para identificar a origem do dinheiro.

Em resposta a essa “pedagogia do crime” e à glamorização da vida criminosa, a PCERJ tem buscado combater a narrativa imposta pelas facções.

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